Israel mantém a operação a Rafah
O Primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, rejeitou os apelos dos Estados Unidos para que fosse cancelada a prometida invasão terrestre da cidade de Rafah, no sul de Gaza, onde existe uma grande concentração de civis deslocados.
O secretário de Estado norteamericano, Antony Blinken, terminou a viagem ao Médio Oriente sem conseguir progressos nas conversações, antes de, nesta semana, uma delegação israelita se deslocar a Washington, a pedido do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Netanyahu disse que Israel está pronto para "fazer tudo sozinho" em Rafah, se necessário. Apesar das tensões, a administração Biden continuou a fornecer ajuda militar crucial e apoio diplomático, mesmo quando a guerra de Israel contra o grupo islamita palestiniano Hamas matou mais de 32.000 pessoas em Gaza e levou a um agravamento da crise humana.
Israel alegou que Rafah é o último reduto do Hamas e que as forças do grupo têm de ser eliminadas para que I srael possa atingir os seus objectivos de guerra.
Em Rafah encontram- se actualmente mais de um milhão de palestinianos sem abrigo que fugiram dos combates em outras zonas de Gaza e os EUA, tal como a maior parte da comunidade internacional, receiam que uma invasão terrestre israelita ponha em perigo a vida dos civis e impeça o fluxo de ajuda humanitária para o território. Netanyahu transmitiu a Blinken que Israel está a trabalhar de formas a retirar os civis das zonas de combate e de responder às necessidades humanitáriasem Gaza, ondeos funcionários que prestam ajuda internacional garantem que toda a população está a sofrer com um cenário de insegurança alimentar e que a fome está iminente no norte.
"Também disse que não temos forma de derrotar o Hamas sem entrar em Rafah", afirmou Netanyahu. "Disse-lhe que espero que o façamos com o apoio dos EUA, mas, se for necessário, fálo-emos sozinhos", acrescentou o Primeiro-ministro de Israel.
O secretário de Estado norteamericano, Antony Blinken, que terminou a sexta visita ao Médio Oriente desde o início da guerra, em Outubro do ano passado, disse aosjornalistasqueoseuapartilham o objectivo de Israel de derrotar o Hamas, embora considere que a ofensiva em Rafah não seja a opção defendida.
"Uma grande operação terrestre em Rafah não é, na nossa opinião, a forma de o conseguir e fomos muito claros quanto a isso", frisou o enviado dos EUA, segundo o qual Israel enfrenta um isolamento crescente se avançar.
"Arrisca-se a matar mais civis. Arrisca-se a causar mais estragos na prestação de assistência humanitária. Arrisca-se a isolar ainda mais Israel em todo o mundo e a pôr em risco a sua segurança e posição a longo prazo", disse Blinken. As autoridades americanas defenderam que outras opções são a única forma de evitar uma catástrofe civil na Faxia de Gaza.