Jornal de Angola

Grupo Raiz do Sequele Teatro aborda sinistrali­dade rodoviária

- Gil Vieira

A sinistrali­dade rodoviária em território nacional e o papel das famílias foi a proposta apresentad­a na peça do grupo Raiz do Sequele Teatro, ontem, na LASP(EX- Liga Africana), em Luanda, inserida no concurso "Teatro de Duplas".

A peça "A Mente Criminosa" foi protagoniz­ada pela dupla de actores João Cardoso e Júlia Cristina, que narra a história de uma jovem, Antónia de Jesus, que perde a mãe, o esposo e o filho, vítimas de um atropelame­nto.

No espectácul­o de teatro, os actores mostraram preparação física e psicológic­a por exigir muito dos personagen­s. A dicção, o enquadrame­nto fala e texto, o posicionam­ento em palco dos actores pareciam cenas reais devido à forma como foi montada a peça que incorpora no enredo um quotidiano ainda manchado de muita dor e lágrimas.

Em cada minuto dos actores em palco, levaram o público para uma reflexão profunda sobre o problema da sinistrali­dade rodoviária que ainda tem vitimado mortalment­e muita gente nas estradas. Para quem esteve na sala da LASP, houve vários momentos de análise sobre a importânci­a da mudança de comportame­nto nas rodoviária­s que foram construída­s ou reabilitad­as depois de se alcançar a paz em 2002, para promover o cresciment­o económico e o desenvolvi­mento do país.

A peça foi umacla ra demonstraç­ão de que a sociedade civil está atenta ao fenómeno da sinistrali­dade nas estradas e é de aplaudir os grupos de teatro que apostam na temática do género, no sentido da sensibiliz­ação dos cidadãos para que estes observem a legislação rodoviária.

A jovem, inconsoláv­el, pretende fazer justiça por mãos próprias ao motorista (taxista) de nome João, que causou toda aquela desgraça. Por isso, Antónia de Jesus ganhou a confiança da família do moço, tendo, até, obtido o estatuto de madrinha de casamento do mesmo.

Com o passar do tempo, Antónia de Jesus mostra "as garras" ao sequestrar João com objectivo de vingança. O actor João Cardoso explicou que na peça, tentam passar várias mensagens ao público, sobretudo à do repúdio à vingança. O director artístico do grupo, Cláudio Francisco, afirmou que a exibição do grupo foi melhor do que a esperada.

Filomena Baptista, uma das espectador­as, afirmou, à saída

da actividade, que a exibição do grupo Raiz do Sequele Teatro foi uma das melhores que viu até o momento, destacando que é um forte candidato à conquista do título.

Por outro l ado, Simão Buanga disse estar satisfeito com a peça, por ter sido boa o suficiente para atrair a atenção dos presentes até o fim, dando uma boa classifica­ção ao grupo.

Além do grupo Raiz do Sequele Teatro, da província de Luanda, actuou igualmente, o grupo o Núcleo de Artes Estrelas ao Palco, do Cuando-cubango, com a obra "Uma Bela no Escuro”.

Actuaram, na terça-feira, na ex- Liga Africana, os grupos Bantu Horizonte, de Malanje, com a peça "Vozes Mudas, Ouvidos Surdos", e Amazonas Teatro, de Luanda, com o tema "Quem é o Pecador?".

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DR Júlia Cristina e João Cardoso

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