Candidato à presidência do PRS defende anulação do Congresso
Líder juvenil do partido alegou haver inúmeras irregularidades em todo o processo que levará a eleição do futuro presidente da formação política
O secretário Nacional da Juventude do Partido de Renovação Social (JPRS), Gaspar Fernandes, candidato afastado da corrida à liderança do partido, defendeu, ontem, em Luanda, que espera do Tribunal Constitucional a anulação de todas as acções em curso, para a realização do 5º Congresso Ordinário da formação política, a decorrer entre os dias 2, 3 e 4 de Abril próximo.
Em entrevista ao Jornal deangola, a propósito da entrega, há dias, da providência cautelar ao Tribunal Constitucional, com vista à anulação do processo que conduzirá às eleições presidenciais no partido, o jovem político alegou haver inúmeras irregularidades.
“Esperamos do Tribunal Constitucional a anulação de todas as acções deste Congresso e que tudo passe pela via legal, em que o presidente leve as propostas ao Comité Nacional e este defina as pessoas que vão conduzir o processo em torno do Congresso”, referiu.
De acordo com o seu entendimento, a providência cautelar apresentada no Tribunal Constitucional faz menção sobre todas as irregularidades cometidas antes e depois do processo.
Gaspar Fernandes revelou que uma das irregularidades prende-se com o facto de que quem nomeia a Comissão Organizadora do Congresso é o Comité Nacional e não o presidente Benedito Daniel.
O secretário nacional da Juventude do PRS acusa o presidente Benedito Daniel de ter indicado pessoas da sua conveniência, para organizar o 5º Congresso, sem passar pelo crivo de qualquer reunião.
“Surpreendeu-nos quando nos convidou para assistir à convocatória do Congresso. Naquela sala não tinha nenhum membro do Comité Nacional, porque, em forma de contestação, os membros decidiram não participar daquela convocatória”, argumentou.
Quem tinha autoridade para aprovar o número de delegados ao Congresso, o orçamento e os regulamentos, segundo Gaspar Fernandes, era o Comité Nacional e não os amigos de Benedito Daniel, s upos t a mente nomeados por ele.
Outro exemplo de irregularidade, disse o político, tem a ver com as conferências que decorrem nas diferentes províncias, sublinhando que o candidato único às eleições no PRS já tem a lista dos delegados que estarão presentes no Congresso.
Gaspar Fernandes apontou, igualmente, a candidatura única em quase todas as províncias, como “erro colossal” da liderança do partido, considerando “uma reprodução fiel daquilo que está a acontecer em Luanda”.
De acordo com o candidato afastado à presidência do PRS, a mesma Comissão encarregue de trabalhar na organização do Congresso, “é a mesma que organizou a conferência de imprensa do candidato Benedito Daniel”, aspecto que considerou “vergonhoso”.
Para Gaspar Fernandes, a candidatura visava alavancar o partido, visto que o mesmo se encontra “na rota do declínio” e há muito que deixou de atingir os resultados pretendidos.
Segundo, ainda, o jovem político do PRS, o partido fundado em 1990 com objectivo de institucionalizar o Federalismo em Angola, facto que, no seu entender, “pressupõe formar Governo”.
“Uma vez que o nosso parti do apresenta um decréscimo acentuado no número de deputados e de militantes, i mplica dizer que se está a falhar nos procedimentos quenosl evará a at i ng iro poder”, advertiu.
O secretário da Juventude do PRS assegurou que o Partido começou a mostrar
recuo, a partir de 2012, altura em que o presidente Benedito Daniel tornou-se secretário-geral.
“A primeira vez que registámos um recuo, foi quando perdemos os números de assento parlamentar. Fomos parar para três deputados. De três, o Benedito passa como presidente e, concomitantemente, perdemos a bancada parlamentar”, elucidou.