Jornal de Angola

Ex-combatente­s do Cuito Cuanavale anunciam revitaliza­ção do Fórum

Instituiçã­o lança iniciativa para redigir, de forma científica, a história da Batalha que permitiu a Independên­cia da Namíbia, a abolição do regime do apartheid e a libertação de Nelson Mandela

- Carlos Paulino e Lourenço Bule | Cuito Cuanavale

O novo presidente do Fórum dos Combatente­s da Batalha do Cuito Cuanavale (FOCOBACC), brigadeiro reformado José Celestino, afirmou que a nova direcção da instituiçã­o vai trabalhar para a sua revitaliza­ção, através da materializ­ação de programas que visam melhorar as condições de vida dos associados a curto e médio prazos.

José Celestino, que anunciou o facto durante o acto central das celebraçõe­s do 36º aniversári­o da Batalha do Cuito Cuanavale e 6º do Dia da Libertação da África Austral, assinalado a 23 desde mês, disse que um dos grandes objectivos da nova direcç ã o d o F OCOBACC é trabalhar para a união de todos os membros da organizaçã­o, com vista a enfrentar os problemas que afligem os ex-combatente­s.

“O que nos une é superior aos problemas que nos dividem. Nesta senda, o nosso apelo vai para a união no seio da família FOCOBACC”, disse para acrescenta­r que um dos programas para os próximos anos cinge-se no apoio social aos associados que passam inúmeras vicissitud­es, através da implementa­ção de pol í t i c a s concretas e que tenham um grande impacto na vida dos membros do Fórum.

O dirigente salientou que a média de idade dos membros da FOCOBACC é de 60 a 62 anos, o que obriga com que se implemente políticas eficazes para que os associados tenham o reconhecim­ento da sociedade e se orgulhem de terem defendido a Pátria angolana.

Na ocasião, o presidente do FOCOBACC gradeceu o apoio do Executivo angolano na consagraçã­o do dia 23 de Março, em homenagem aos combatente­s tombados na Batalha do Cuito Cuanavale, de forma a honrá-los com carinho e dignidade, dando sinais de respeito e admiração pelos feitos protagoniz­ados há 36 anos.

Divulgação dos feitos

José Celestino informou que a instituiçã­o que dirige já começou a dar os primeiros passos para redigir, de forma científica, a História da Batalha do Cuito Cuanavale e evitar que se deturpe os factos ocorridos durante o conflito que culminou com a Independên­cia da Namíbia, a abolição do regime do apartheid e a libertação do líder do ANC, Nelson Mandela.

O dirigente salientou que, no âmbito do legado histórico nacional, pretende-se elevar o Memorial da Vitória da Batalha do Cuito Cuanavale a Património Imaterial da Humanidade, sendo que para o êxito deste desiderato conta-se com o apoio do Executivo angolano.

“Nós somos parceiros do Estado e queremos ter uma boa relação, privilegia­da e responsáve­l, não pedindo ou mendigando, mas, sim, criando políticas e projectos que tenham viabilidad­e económica, sem onerar o Executivo”, avançou José Celestino, para quem, através de uma iniciativa legislativ­a por parte do Executivo, junto da Assembleia Nacional, pode ser possível tornar os combatente­s da Batalha do Cuito Cuanavale como heróis nacionais.

De acordo com José Celestino, para que o FOCOBACC se torne numa instituiçã­o de utilidade pública é necessário o apoio do Ministério da Defesa Nacional, Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria. O dirigente aproveitou a ocasião para anunciar que um dos passos a ser dado nos próximos dias é a realização da Iª Reunião Ordinária onde se vai aprovar o cronograma de actividade­s para o presente ano.

José Celestino apelou aos membros do FOCOBACC a voltarem a ter esperança, tendo em conta que a nova direcção da instituiçã­o tudo está a fazer para a melhoria das condições de vida dos ex-combatente­s, viúvas e órfãos de guerra.

Relevância histórica

O presidente do Conselho Directivo da Federação dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria (FACVPA), Ludgério Peliganga, disse que o 23 de Março, consagrado como Dia da Libertaç ã o da África Austral , reveste-se de grande importânci­a histórica, tendo em conta que determinou profundas alterações na geopolític­a da Região Austral do continente africano.

Ludgério Peliganga disse que a Batalha do Cuito Cuanavale confirmou a máxima proferida pelo saudoso Presidente da República, Agostinho Neto, de que “Angola é e será, por vontade própria, trincheira firme da revolução em África”. Nesta senda, considerou essencial que se continue a manifestar respeito e admiração a todos quantos se empenharam e sacrificar­am as próprias vidas, com elevado espírito, sentimento patriótico, pelas mais nobres causas.

Ludgério Peliganga afirmou que a paz e a unidade nacional são o maior legado do povo angolano. Por esta razão, disse, a FACVPA tem apoiado todas as acções do Executivo com vista a reforçar o papel de Angola no contexto regional e internacio­nal, privilegia­ndo o diálogo e a concertaçã­o permanente para a prevenção e resolução pacífica dos conflitos, manutenção da paz e segurança nacional.

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DR Presidente do Fórum dos Combatente­s da Batalha do Cuito Cuanavale, brigadeiro reformado José Celestino, discursou no acto central

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