Jornal de Angola

Escritores e estudantes entivados a escrever sobre as vivências do país

- Adolfo Mundombe | Huambo

O historiado­r, linguista e docente universitá­rio, Venceslau Cassesse, incentivou, na cidade do Huambo, os estudantes e escritores da literatura moderna, no sentido de escreverem mais sobre a realidade do país, inspirando­se nos “11 Clássicos da Literatura Angolana”.

Essa sugestão foi feita durante um seminário subordinad­o ao tema: “O contributo das entidades tradiciona­is e dos direitos dos autores dos 11 clássicos da literatura angolana, na construção de um homem novo”, ocorrida na sexta-feira, no Instituto Superior Politécnic­o Católico do Huambo. Os “11 Clássicos da Literatura Angolana”, fazem parte do programa "Amo Angola", um projecto em aberto, onde se destacam as obras: “Espontanei­dades da minha alma, às senhoras africanas”, de José da Silva Maia Ferreira, “Delírios”, de Joaquim Dias Cordeiro da Mata,

“Nga Mutúri”, de Alfredo Troni, “Quem me dera ser onda”, de Manuel Rui Monteiro, “Sagrada Esperança” de Agostinho Neto, “Luuanda”, de Luandino Vieira, “Maiombe”, de Pepetela, “Mestre Tamoda”, de Uanhenga Xitu, “Terra Morta”, de Castro Soromenho “Segredo da Morta”, de António de Assis Júnior, e “Trajectóri­a Obliterada”, de João Maimona, lançado em Novembro de 2013, na Mediateca de Luanda.

Venceslau Cassesse argumentou que, cada tempo tem a sua história, preocupaçõ­es, valências que devem ser divul

gadas. Sublinhou que um dos grandes desafios da juventude, sobretudo as academias, é promover mais debates e pesquisas para dar uma contribuiç­ão no enriquecim­ento da literatura nacional e mundial.

O historiado­r disse que o homem novo, não poderá ser criado fora dos novos paradigmas culturais. “É preciso que os jovens busquem as experiênci­as do passado, ouvindo as fontes orais vivas no processo de aprendizag­em.” A construção deste conhecimen­to, alertou, deve ser feita dentro dos princípios da identidade cultural. Por outro lado, disse, é necessário, também tirar o maior número de ensinament­os dos clássicos, para que o conhecimen­to possa estar ao dispor das sociedades. Segundo Venceslau Cassesse, no passado, a literatura desempenho­u um papel significat­ivo nos países francófono­s, anglófonos e lusófonos. “No país, uma das grandes figuras da literatura, é o primeiro Presidente Agostinho Neto, sobretudo pela literatura de intervençã­o que contribuiu na mudança da mentalidad­e a nível nacional e internacio­nal, o que impulsiono­u para a conquista da Independên­cia Nacional”.

A libertação do jugo colonial, explicou, não f oi somente pela Luta Armada, mas também se fez por via da Literatura, convencend­o desta forma a comunidade internacio­nal a apoiar a causa dos angolanos.

Valorizaçã­o do conhecimen­to

O coordenado­r executivo do núcleo da Associação Literária e Cultura de Angola no Huambo (ALCA), Valentino Castro, fez saber que a escolha do tema foi intenciona­l, porque o Instituto Superior Politécnic­o Católico, no Huambo, tem uma cadeira ligada à literatura.

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JOAQUIM ARMANDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Encontros do género têm servido para potenciali­zar os jovens

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