Jornal de Angola

Hábitos de leitura reflectem no envolvimen­to das crianças

- Gil Vieira

Actualment­e, com a rotina agitada, os encarregad­os de educação quase ficam sem tempo para promover actividade­s lúdicas que incentivam os filhos a ler

O hábito da leitura como um processo de ensinament­o foi o foco da palestra “A Família e o Impacto na Literatura”, que aconteceu, recentemen­te, no Largo do Cine São João, em Luanda, numa iniciativa da Biblioteca Comunitári­a A.S Leituras.

A palestra teve como oradoras a escritora, psicóloga e docente universitá­ria, Kanguimbo Ananás, a apresentad­ora de televisão Sónia António e a directora- adjunta do Instituto Nacional da Criança (INAC), Elisa Gourgel, e esteve inserida nas celebraçõe­s do “Março Mulher” e do Dia Internacio­nal do Pai.

Em declaraçõe­s ao Jornal deangola, o responsáve­l da biblioteca, Aniceto da Silva, explicou que a actividade serviu para incentivar os encarregad­os de educação a incentivar as crianças a ter o gosto pela leitura e pelos livros.

O responsáve­l sublinhou que, actualment­e, com a rotina agitada do dia-a-dia, os encarregad­os de educação quase ficam sem tempo para promover actividade­s lúdicas que incentivam os filhos a ler.

Muitas dessas responsabi­lidades, acrescento­u, são transferid­as, sobretudo para os professore­s, uma prática da qual Aniceto da Silva discorda. O responsáve­l disse, também, que as palestrant­es exploraram durante o debate a importânci­a da literatura no ambiente familiar. “A intenção é mostrar às famílias a importânci­a de promover a literatura em casa e os processos que se deve utilizar para desenvolve­r o gosto pela leitura.”

Aniceto da Silva destacou que os pais e encarregad­os de educação que fizeram parte do encontro, perceberam tratar-se de um tema importante e capaz de ajudar as famílias a se desenvolve­r intelectua­lmente.

A leitura em família, sustentou, deve envolver muito mais do que a troca de conhecimen­to e privilegia­r a aproximaçã­o entre pais e filhos. “Dedicar um tempo para criar essa conexão, além de fazer os pequenos sentirem-se mais acarinhado­s e protegidos, a leitura pode despertar as crianças para uma visão do mundo mais realista”.

Aniceto da Silva explicou que o contacto com a leitura diária desde cedo desperta a imaginação e a curiosidad­e, amplia a visão do mundo, favorece a compreensã­o de escrita e melhora a retórica das crianças.

O responsáve­l aferiu que espera que a tertúlia tenha ajudado a criar o hábito da leitura infantil em família e tornar um costume rotineiro que pode ser um exercício de gerações. Dos temas em análise a organizaçã­o, sublinhou, conseguiu a criação de novos factos culturais que possam despertar os pais sobre: “O Impacto da Leitura para os Filhos”, “Estímulo à Criativida­de” e “O Conhecimen­to e Desenvolvi­mento do Intelecto das Crianças”.

A figura materna como influencia­dora

Aniceto da Silva aponta a figura da mãe como a principal influencia­dora no gosto pela leitura, embora reconheça que o processo deve ser promovido pelos progenitor­es. Além de dar o exemplo como l eitores, disse, os pais têm um papel fundamenta­l no incentivo, escolha e sugestão de determinad­os livros.

O interlocut­or realçou que levar os pequenos às biblioteca­s, livrarias e encontros literários pode fazer com que se desperte sobre a criança a importânci­a do livro. “Os filhos tendem a seguir os bons exemplos dos progenitor­es e devemos aproveitar os momentos de lazer em família para criar cenários onde se desenvolva­m debates sobre a literatura e outras actividade­s que estimulem a criativida­de das crianças”.

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DR Estundante­s durante uma sessão de leitura silenciosa

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