Jornal de Angola

João Lourenço e Salva Kiir abordam conflito na RDC

- Paulo Caculo

O conflito prevalecen­te no Sudão e no Leste da República Democrátic­a do Congo (RDC) dominou, ontem, em Luanda, o encontro entre o Presidente da República, João Lourenço, e o homólogo do Sudão do Sul, Salva Kiir.

Durante o diálogo, na Cidade Alta, os dois Chefes de Estado, que aproveitar­am para avaliar, também, o reforço da cooperação bilateral entre os países, estudaram as melhores soluções para acabar com o clima de instabilid­ade na região.

De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Téte António, em declaraçõe­s aos jornalista­s, no final do encontro entre os estadistas, João Lourenço e Salva Kiir falaram, essencialm­ente, do processo de paz no Leste da RDC e do conflito no Sudão.

“Como sabemos, o Presidente João Lourenço está a mediar o conflito entre o Rwanda e a RDC e a trabalhar no âmbito do Processo de Luanda, sobre a procura da paz neste país. E o Presidente Salva Kirr, que é também o presidente da Comunidade da África do Leste, tem responsabi­lidades no chamado Processo de Nairobi e é o medianeiro do conflito no Sudão”, esclareceu o chefe da diplomacia angolana.

Do diálogo entre o Campeão da Paz e Reconcilia­ção em África e o Presidente da Comunidade da África do Leste, revelou ainda Téte António, há responsabi­lidades que são complement­ares, tendo sublinhado que, da análise das duas situações, “houve uma convergênc­ia de pontos de vista”, relativame­nte às ideias e esforços que empreendem para o fim do conflito na RDC e no Sudão.

“Os dois Chefes de Estado acordaram continuar a trabalhar no âmbito da coordenaçã­o que j á existe, entre o Processo de Luanda e o Processo de Nair o b i , p a r a q u e a RDC encontre a paz tão desejada” pelas suas populações, assegurou o chefe da diplomacia angolana.

No que diz respeito ao Sudão, Téte António referiu que o Presidente João Lourenço já teve algumas iniciativa­s, “não só de ser o Campeão pela Paz e Reconcilia­ção em África”, mas também “pelo f acto do Sudão ser membro da Conferênci­a Internacio­nal sobre a Região d o s Grandes Lagos”, justifican­do, desta forma, o interesse angolano na resolução do conflito naquele país africano.

“Temos uma história bastante rica com este país, que é o Sudão do Sul. Tivemos uma relação de camaradage­m, razão pela qual a delegação do Sudão do Sul aproveitou a vinda a Luanda para agradecer, ao Governo e ao povo angol a no, pelo apoio dado durante a luta pela Independên­cia”, acrescento­u.

O apoio prestado por Angola ao Sudão do Sul, revelou o ministro dos Negócios Estrangeir­os, além de material, incidiu igualmente s obre outros g é neros, incluindo formação, essencialm­ente os estudantes que foram para Cuba e que transitava­m por Luanda, antes de irem para Havana estudar, e “que são hoje os médicos e engenheiro­s com os quais o Sudão do Sul conta”.

O Sudão do Sul é o mais novo Estado africano, tendo proclamado a sua Independên­cia a 9 de Julho de 2011. De 2005 a 2011, foi uma região autónoma na República do Sudão. A constituiç­ão actual foi assinada em 7 de Julho de 2011.

O Sudão do Sul faz fronteira a Leste com a Etiópia, a Sul com o Quénia, Uganda, República Democrátic­a do Congo (RDC), e a Oeste com a República Centro Africana (RCA).

“Os dois Chefes de Estado acordaram continuar a trabalhar no âmbito da coordenaçã­o que já existe, entre o Processo de Luanda e o Processo de Nairobi, para que a RDC encontre a paz tão desejada”

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Chefe de Estado recebeu o homólogo do Sudão do Sul

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