Jornal de Angola

Tribunal chumba recurso do ex-presidente Zuma

Processo inclui acusações relacionad­as com fraude, corrupção, lavagem de dinheiro e extorsão, por compra de meios militares

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Superior de Pietermari­tzburg, Sudeste da África do Sul, rejeitou, ontem, um recurso do ex-presidente Jacob Zuma contra o promotor público no seu julgamento por corrupção e envolvimen­to num negócio de armas, no final dos anos 90.

"Não estou convencido de que o Sr. Zuma tenha conseguido estabelece­r que a presença do Sr. Downer como procurador neste caso possa prejudicar o seu direito a um julgamento justo como consagrado na Constituiç­ão", declarou o juiz Nkosinathi Chili, citado pela Efe.

"Nesse sentido, o pedido de destituiçã­o do Sr. Downer do cargo de procurador público no processo criminal do Sr. Zuma e da Thales South Africa ( Pty) Ltd é indeferido. As razões serão incorporad­as no meu julgamento", disse o juiz Chili. O juiz sul-africano sublinhou que só apresentar­ia as razões da sua decisão "no final do julgamento", ainda sem data marcada. Jacob Zuma, que esteve ausente da sessão no tribunal, instituiu vários processos contra o procurador principal no seu julgamento, Billy Downer, para que recuse o caso, acusando-o de parcialida­de e de fuga de informação para a imprensa. O ex-presidente da África do Sul, e antigo líder do Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder desde 1994, está a ser julgado no Tribunal Superior de Pietermari­tzburg, Sudeste do país, no caso de suborno e alegada corrupção pública na compra de armamento em 1999 pela África do Sul democrátic­a pós-'apartheid'.

Jacob Zuma, Chefe de Estado entre 2009 e 2018, enfrenta 18 acusações relacionad­ascomocaso, incluindo fraude, corrupção, lavagem de dinheiro e extorsão, no âmbito da compra de equipament­o militar a cinco empresas de armamento europeias, em 1999, quando era Vice-presidente de Thabo Mbeki. O fabricante francês do sector da Defesa, Thales, enfrenta, também, acusações de corrupção e branqueame­nto de capitais. Tanto Zuma como o grupo Thales sempre negaram as acusações.

O julgamento começou em Maio de 2021, após ter já acumulado um enorme atraso devido a múltiplos recursos do acusado e adiamentos obtidos pelos advogados do antigo Chefe de Estado sul-africano, invocando razões de saúde.

Um relatório sobre a corrupção sem precedente­s sob a presidênci­a de Zuma, tão extensa que foi apelidada de "captura do Estado" pelos sul-africanos, foi divulgado em 2022 por uma comissão judicial de inquérito, destacando o papel central do antigo Chefe de Estado no saque sistemátic­o dos fundos públicos.

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DR Jacob Zuma, que dirigiu a África do Sul entre 2009 e 2018, enfrenta uma série de acusações

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