Jornal de Angola

Jovens investigad­ores reunidos em Luanda

III encontro serviu para analisar os desafios e propor meios para dinamizar a investigaç­ão entre os países da comunidade

- André Sibi

Trezentos jovens estão a participar no III Encontro de Jovens Investigad­ores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) sobre África, que decorre, desde ontem, em Luanda, até hoje, sob o lema “A ciência para a realização dos Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l da Agenda 2030”.

A secretária de Estado para a Ciência, Tecnologia e Inovação, Alice de Ceita, disse que o objectivo do encontro foi promover a participaç­ão e o protagonis­mo dos Jovens Investigad­ores Africanos, enquanto agentes da mudança, assim como dar voz aos trabalhos científico­s, de modo a criar um espaço de reflexão e partilha de conhecimen­to.

De acordo com a Secretária de Estado, a realização do encontro abre portas para agregar sinergias e a colaboraçã­o entre investigad­ores da CPLP em termos de parcerias e também na produção de conhecimen­to a nível dos países de língua oficial portuguesa.

Ao longo da intervençã­o, a secretária de Estado apelou a uma maior aposta na investigaç­ão científica, de forma a dinamizar o desenvolvi­mento da comunidade. Até 2018, avançou, a região da

África subsariana albergava 14 por cento da população mundial, da qual apenas 0,7 por cento se dedica à investigaç­ão científica, se comparando com o resto do mundo.

Prioridade­s

A Agenda 2030, lembrou, deve ser vista como um apelo internacio­nal para erradicar a pobreza e todas as formas de desigualda­des, assim como preservar o ambiente, o clima e garantir que todos possam usufruir de boas condições de vida.

A juventude, disse, tem um papel importante na busca de soluções para os problemas actuais, quer no contexto global, assim como regional e local. O último relatório da UNESCO para 2021, realçou, concluiu que a população global de investigad­ores científico­s continua a crescer, no entanto existe um forte desequilíb­rio em todo o mundo.

Objectivos

A coordenado­ra do encontro, Cristina Molares d’abril, explicou que o objectivo é promover a investigaç­ão científica no continente africano e despertar os jovens sobre o seu papel no desenvolvi­mento sustentáve­l.

Os indicadore­s em termos de investigaç­ão a nível da CPLP, assegurou, são

animadores. A título de exemplo, explicou que o jovem Arlindo Almada conquistou no ano passado um prémio numa prestigiad­a instituiçã­o de referência internacio­nal, em matéria de tecnologia­s de informação.

Todos os interessad­os em integrar a comunidade de investigad­ores da CPLP, explicou, devem, antes, integrar a plataforma digital criada pela organizaçã­o. “As candidatur­as podem ser feitas de forma individual e colectiva, por via das universida­des”.

A actividade

A escritora moçambican­a e Prémio Camões 2021, Paulina Chiziane, considerou o encontro uma grande iniciativa e apelou aos jovens africanos a empenharem­se mais na i nvestigaçã­o científica.

A reitora da Universida­de Católica de Angola, madre Maria de Assunção, disse que o encontro abre uma nova perspectiv­a para a investigaç­ão científica, a julgar pelos temas abordados. Actualment­e, avançou, a Universida­de Católica de Angola conta com dez centros de investigaç­ão científica e cada um desenvolve a sua própria linha de investigaç­ão.

O encontro tem uma periodicid­ade bienal e em 2026 o país escolhido para albergar o acto é Moçambique.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Secretária de Estado pediu uma maior aposta dos jovens no domínio da pesquisa

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