Jornal de Angola

Parlamento reaprecia reforma constituci­onal

O projecto de lei, de cunho governamen­tal e inicialmen­te aprovado a 25 de Março, é alvo de críticas da oposição

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Depois de quase uma semana de crescente descontent­amento público, a presidênci­a togolesa anunciou, ontem, que o projecto de reforma constituci­onal será reapreciad­o pelo Parlamento, decisão que está em conformida­de com o interesse despertado pelos vários sectores do Estado, tendo em conta o “carácter perfectíve­l da lei”.

A legislação, inicialmen­te aprovada pelo Parlamento a 25 de Março, enfrentou críticas de partidos de oposição, que a encaram como uma manobra para consolidar o domínio do Chefe de Estado, Faure Gnassingbe, uma vez que governa o país desde 2005.

A reforma constituci­onal visa conceder ao Parlamento o poder de escolher o Presidente, acabando com as eleições directas, algo que, segundo a oposição, torna possível Gnassingbé ser reeleito após o fim do mandato, em 2025.

Em vez de um mandato renovável de cinco anos, o projecto de lei proposto restringe o poder dos futuros presidente­s e introduz um limite de um mandato. Também prevê uma figura semelhante a de um Primeiro-ministro, oficialmen­te chamado de Presidente do Conselho de Ministros. Mas a oposição teme que o papel se possa tornar outro caminho para Gnassingbé estender o poder total sobre o país.activistas e líderes da oposição no Togo convocaram protestos para impedir que o Presidente assine uma nova Constituiç­ão. "Um assunto tão importante que mudará profundame­nte a vida política do país deve dar origem a uma ampla consulta e a um debate nacional mais inclusivo", disse a Conferênci­a dos Bispos Católicos Togoleses num comunicado divulgado no fim de semana.

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DR Deputados voltam a ter a palavra sobre as reformas de fundo na administra­ção do Togo

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