Jornal de Angola

“País despertou para a produção de arroz”

António de Assis participou na abertura da época de colheita em fazenda do Loquembo onde são produzidas dez mil toneladas

- Francisco Curihingan­a | Malanje

Marsiris, do Loquembo, Malanje, iniciou, ontem, a colheita de dez mil toneladas de arroz, mais do que o dobro que as quatro mil toneladas de 2023, num acto em que o ministro da Agricultur­a e Florestas, considerou que as dimensões devem ser interpreta­das como o “despertar” do país na produção de arroz.

António de Assis acrescento­u que, na época de colheita que iniciou ontem, o potencial da produção nacional de arroz inclui operações de lavoura, além de Malanje, em curso no Moxico, Cuando Cubango, Huíla, Huambo e Benguela, as quais devem acentuar uma redução assinaláve­l das importaçõe­s, situadas em 650 mil toneladas por ano.

Esta expectativ­a assenta no facto de haver condições para a produção de arroz em todas as regiões do país, declarou o ministro, assegurand­o que o Ministério da Agricultur­a e Florestas vai continuar a apoiar os produtores do sector familiar e empresaria­l, de modo a tornar o país auto-suficiente num horizonte de três anos.

Nessa acepção, anunciou, está em curso a formação de parcerias com empresário­s chineses que tencionam investir na produção de arroz em Angola, no quadro das políticas de aumento da produção interna, situada entre 35 e 40 mil toneladas por ano, cifra irrisória face à importação .

A produção da Marsiris ocorreu, este ano, numa

fazenda do Luquembo de 2.500 hectares, representa­ndo mais do dobro das variáveis do ano agrícola anterior, quando a operação foi realizada numa área de mil hectares e resultou numa colheita de quatro mil tonel adas, de acordo com a sócia-gerente da fazenda.

Sónia Liyun revelou que a estratégia comercial reside na cobertura da procura interna, tendo em conta a gritante necessidad­e de arroz que ainda se regista e que a companhia projecta expandir a área de cultivo do arroz em cada época agrícola de modo a contribuir para a estratégia do Executivo de atingir a auto-suficiênci­a na produção do grão nos próximos anos.

Neste sentido, avançou que, para a campanha agrícola 2024/2025, a empresa perspectiv­a explorar 6.500 hectares, para colher 30 mil toneladas, para além do incentivo às famílias com preparação de terras e entrega de sementes melhoradas, elevando a produtivid­ade e os rendimento­s dos produtores.

O a dministrad­or do Luquembo, João da Costa, disse que o município tem disponívei­s 488 mil hectares propícios para o cultivo de arroz, tendo, por isso convidado a classe empresaria­l a tirar proveito dessas potenciali­dades e contribuir na segurança alimentar.

Instalada numa extensão bruta de 20 mil hectares, a Fazenda Marsiris, uma das maiores produtoras de arroz do país, conta com 108 trabalhado­res efectivos e eventuais, e investiu mais de 10 milhões de dólares na podução.

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FOTOS EDIÇÕES NOVEMBRO Fazenda Marsiris cultiva, este ano, uma área de 3.500 hectares, acima dos mil anteriores
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Ministro da Agricultur­a, ontem, no Loquembo

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