Jornal de Angola

Ministro da Cultura sublinha o papel das igrejas para a paz

Filipe Zau referiu, durante a intervençã­o no acto religioso, que o cristianis­mo sempre procurou a harmonia entre os angolanos e repudiou a guerra fratricida

- Jurelma de Castro

O ministro da Cultura, Filipe Zau, destacou, quinta-feira, em Luanda, o papel das igrejas para o alcance e consolidaç­ão, há 22 anos, da paz efectiva no país.

Filipe Zau, que falava durante o culto ecuménico pelo Dia da Paz e da Reconcilia­ção Nacional, celebrado a 4 de Abril, referiu que as igrejas como representa­ntes de Cristo sempre procuraram a paz entre os angolanos e repudiaram a guerra fratricida.

De acordo com o ministro, que falava no culto que decorreu sob o lema "Deixo-vos a Paz, não vola dou como o mundo a dá" ( S. João 14: 27), as igrejas tiveram uma participaç­ão activa para o fim do conflito armado em Angola através da sua influência no seio do povo, da sua mensagem evangélica, das intervençõ­es sociais e comunicaçõ­es dirigidas às partes anteriorme­nte em conflito.

No culto, em que participar­am mais de mil fiéis, entre entidades políticas e sociedade civil, o ministro chamou a atenção para a necessidad­e de todos participar­em com bons exemplos para que a paz perdure nas vidas e nas consciênci­as.

"A cooperação entre o Estado e as igrejas é uma das maiores garantias para a paz, a reconcilia­ção nacional, a unidade nacional, do estado de direito e democrátic­o, da justiça social e dos direitos humanos", disse

o ministro, acrescenta­ndo que sem o respeito por estes princípios não é possível haver desenvolvi­mento e bem-estar social.

Ao celebrar os 22 anos de paz e de reconcilia­ção nacional, continuou, o povo

está engajado em fazer de Angola um país de todos e para todos, no espírito de comunhão em Cristo, onde o papel cultural da religiosid­ade, do civismo, da ética e da moral cristã é determinan­te para a construção de uma nação próspera.

"A paz é a maior bênção de Deus que um povo pode receber. Basta olhar para as tragédias dos países hoje envolvidos em guerras. Estes acontecime­ntos dramáticos as gerações mais velhas poderão explicar aos mais j oven s o q u e e r a Angola em tempo de conflitual­idade armada", explicou o governante. Com a paz, disse, Angola tem mais e melhores hospitais, escolas, estradas, agricultur­a e melhor indústria.

Voz do CICA

A secretária-geral do Conselho de Igrejas Cristãs em Angola(cica), reverenda Deolinda Teca, disse que a paz em Angola não deixa de ser uma responsabi­lidade espiritual da Igreja, porque para os cristãos a paz é um dom de Deus.

Por i sso, continuou, embora a paz seja uma celebração, é também momento de reflexão sobre aquilo que aconteceu, o que está a acontecer e o que deve acontecer para que os angolanos continuem a viver em paz.

A reverenda salientou ainda que os conflitos que alguns países enfrentam nos dias de hoje não são bons para a vida humana, por isso os angolanos precisam de agradecer a Deus para que a guerra nunca mais volte a criar dor e luto no país.

"Agora com o calar definitivo das armas de guerra, não deixa de ser uma grande oportunida­de de continuarm­os a pensar no país que temos e no país que queremos ter. Por isso, todos nós temos a responsabi­lidade de defender esta paz, de promovê-la e juntos olharmos sobretudo nas questões sociais", recomendou.

Além disso, salientou, é preciso também rever as questões ligadas à educação moral e cívica, ética e patriótica. É necessário que a família se empenhe em trabalhar na transforma­ção das mentes e atitudes junto da sociedade.

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Governante discursou no acto alusivo ao 22.º aniversári­o do Dia da Paz e da Reconcilia­ção

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