Jornal de Angola

Um Sistema Nacional de Saúde funcional depende de todos nós

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A saúde das pessoas está, em todas as circunstân­cias, em primeiro lugar, um pressupost­o que o Executivo pretende, permanente­mente, fazer jus apostando num sector que é estruturan­te para o bem-estar dos angolanos de Cabinda ao Cunene.

Tudo começa e passa pelo estado da saúde das pessoas, uma realidade complexa que envolve, além da assistênci­a médica e medicament­osa, o compromiss­o das autoridade­s de continuar a investir em infra-estarutura­s e formação de pessoal, e não só, em como o sentido de compromiss­o, responsabi­lidade e seriedade dos utentes.

Da parte das autoridade­s, tal como reafirmou o Presidente João Lourenço, na cerimónia de inauguraçã­o da 1ª fase do Hospital Militar Principal-instituto Superior, em Luanda, há garantia de que o sector da Saúde vai continuar a conhecer novos investimen­tos, desde a construção de unidades sanitárias, de todos os níveis, até à melhoria do Sistema Nacional de Saúde.

O Chefe de Estado lembrou que “o dinheiro pode não estar disponível”, mas que se vai efectivar a luta permanente da busca de recursos financeiro­s para o referido desiderato, facto que demonstra o firme compromiss­o de transforma­r o sector da Saúde num instrument­o incontorná­vel para dar saúde aos angolanos.

Trata-se de um processo contínuo em que terão de intervir, também, outras variáveis, para que o funcioname­nto pleno do Sistema Nacional de Saúde seja uma realidade e uma responsabi­lidade de todos.

Embora as instituiçõ­es do Estado tenham responsabi­lidades acrescidas, não há dúvidas de que os outros intervenie­ntes devem, igualmente, ser chamados a jogar o seu papel.

É expectável que as instituiçõ­es privadas de formação dos técnicos de Saúde, a vários níveis, sejam capazes de correspond­er às expectativ­as de um Serviço Nacional de Saúde à altura das infra-estruturas que estão a ser erguidas pelo país.

É preciso que os funcionári­os e utentes das infra-estruturas construída­s e reabilitad­as, um pouco por todo o país, redobrem o sentido de compromiss­o, responsabi­lidade e profission­alismo no uso das ferramenta­s colocadas à disposição.

É verdade que não temos ainda um Serviço Nacional de Saúde com um atendiment­o desejável a todos os níveis, mas se olharmos desapaixon­adamente para numerosos casos, alguns deles até problemáti­cos que envolvem reacções ásperas de familiares de pacientes, notaremos que parte da responsabi­lidade recai, também, para aqueles últimos.

Quantos casos de pacientes que chegam em estado crítico, muitas vezes que resvalam para fatalidade­s, não se devem à chegada tardia às unidades hospitalar­es?

Não podemos esperar que o sector da Saúde funcione na perfeição se houver negligênci­a de familiares, cujos actos de irresponsa­bilidade acabam injustamen­te imputados ao pessoal médico.

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