Jornal de Angola

Sporting e Benfica jogam hoje o tudo ou nada

- Sérgio André*

Chegou a hora do tudo ou nada para Sporting e Benfica. Excessivo? Nem por isso. Os rivais de Lisboa voltam a encontrar-se hoje à noite para discutirem o título mais apetecível do calendário nacional.

Os leões partem em vantagem, com mais um ponto e um jogo a menos. Um triunfo permitir-lhesá reservarem i mediatamen­te a Rotunda do Marquês de Pombal para as inevitávei­s comemoraçõ­es do 20.º título de campeão da sua história.

Ao contrário, em caso de triunfo do Benfica, as águias arrombam o cofre e passam provisoria­mente para a liderança a seis jornadas do fim da Liga Betclic, mas continuand­o a depender do rival.

O rugido do leão tem chegado mais longe e estes podem dar-se ao luxo de jogar para dois resultados (vitória e empate). Além disso, assinaram esta semana a passagem à final da Taça de Portugal, precisamen­te diante do Benfica, no Estádio da Luz.

E olhando para as duas realidades e para aquilo que têm feito durante a época, rapidament­e se conclui que os leões têm uma almofada física, técnica e motivacion­al muito superior, incomparav­elmente maior à do rival.

Apesar de tudo, um dérbi é sempre um dérbi e a estatístic­a pode ser ultrapassa­da por uma dose extra de motivação de momento, aliás, como foi visível no jogo da Taça de Portugal em que apenas detalhes tiraram os encarnados da final da prova-rainha, naquele que foi o melhor jogo da temporada do Benfica.

Mas um jogo não apaga o resto. E o resto é muito. O Benfica é uma equipa que depende quase em exclusivo da inspiração das suas individual­idades, uma equipa pouco agressiva na recuperaçã­o da bola, caracterís­ticas que perdeu do ano passado para o actual.

Tudo isto combinado com um treinador, Roger Schmidt, que não se sente confortáve­l em zonas de risco, mesmo quando se percebe que é indispensá­vel não ficar a meio da ponte para mudar um jogo. Substituiç­ões para lá dos oitenta minutos são o “modus operandi” do treinador alemão.

Do outro lado está uma equipa de autor, com dinâmicas bem definidas, estudadas ao pormenor. Cada jogador sabe o que fazer em campo. Não há um canto, um livre, uma saída de bola desde a defesa que não tenha sido tratada no laboratóri­o de Amorim.

É verdade que depois todos os caminhos vão dar a Gyokeres (que jogador!), mas a equipa preparouse durante a época para actuar dessa forma. Mesmo quando não ganha, acaba por ser melhor em termos exibiciona­is do que os seus adversário­s. Este ano, apenas em três ocasiões, melhor, duas e meia, não conseguiu dominar o oponente.

Os exemplos mais recentes foram na última terça-feira contra o Benfica e em duas partes contra os italianos da Atalanta, uma ainda na fase de grupos e outra nos “oitavos” da Liga Europa.

De resto, só se tem ouvido o rugido do leão, que pretende colocar a cereja no topo do bolo o mais depressa possível e isso passa por vencer o rival do outro l ado da Segunda Circular.

A estatístic­a não deixa margem para enganos: os leões já ultrapassa­ram há muito a barreira dos 100 golos em todas as provas (são 121); os encarnados andam lá perto (96).

A nível interno, no forte de Alvalade, o Sporting só sabe ganhar (13 jogos, 13 vitórias). Em sentido inverso, longe da Luz, o Benfica soma nove vitórias, 2 empates e duas derrotas. Mais, contra os outros três do top 5 da liga portuguesa, só ganhou ao Braga – empatou com o V. Guimarães e perdeu com o FC Porto.

Nesta t emporada, as águias ganharam a Supertaça e os leões qualificar­am-se para a final da Taça. Mas na realidade o que interessa mesmo é o título de campeão nacional, que equivale a prestígio e dinheiro... muito dinheiro devido à presença na próxima edição da Liga dos Campeões, onde o campeão entrará directamen­te e o segundo classifica­do poderá ter de jogar um play-off de acesso à prova.

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