O exemplar fomento das trocas comerciais entre angolanos e namibianos
As trocas comerciais, práticas tão antigas quanto a humanidade, enriquecem as nações e chegam a envolver uma parcela significativa do Produto Nacional Bruto, do ponto de vista da renda que entra para o país. Antigamente, tal como hoje, o comércio entre os povos ocorre quase que espontaneamente, ao ponto de as teorias do Comércio Internacional ficarem praticamente dispensadas do papel que delas se esperam.
É salutar ouvir e tomar conhecimento, segundo informações veiculadas pelo Jornal de Angola, na edição de segunda-feira, 08, que “centenas de cidadãos namibianos cruzam, diariamente, a fronteira em direcção ao Cunene para adquirir massango, massambala e milho em Ondjiva”. Há relatos interessantes relacionados com a procura de produtos agrícolas por parte de clientes namibianos, que precisam de ser encorajados, no sentido de uma mobilização que leve à especialização e competitividade por parte dos nossos produtores e comerciantes.
Aqueles dois factores, a especialização e a competitividade, devem mover os angolanos que integram a cadeia de produção, comercialização e distribuição para aprimorar o que melhor sabem fazer, face aos desafios das necessidades de consumo interno e do comércio com os países vizinhos. Com isso, não se está a fazer a apologia de um comércio que esvazie a procura e consumo internos, mas o fundamental é fazer vincar a ideia elementar, segundo a qual, quando estiver salvaguardado o mercado interno, se poderá apostar nos outros mercados.
Espera-se que, naqueles produtos em que Angola possui vantagens comparativas, haja capacidade de se aumentar a produtividade, porque, só com o fomento das trocas comerciais, salvaguardando sempre as necessidades internas, é que vamos ver as famílias e o Estado a enriquecerem.
Os especialistas defendem que não existe nenhum modelo acabado que valide o comércio internacional, razão pela qual faz todo o sentido que sejam facilitados os mecanismos necessários para que, a nível regional, os povos consigam transaccionar bens e serviços com liberdade, celeridade e eficácia.
Não é exagerado dizer e esperar que as autoridades angolanas e dos países vizinhos, bem como os respectivos povos, devem ser “desafiadas” a viabilizar e fomentar o comércio,dentro dos marcos legais e dos protocolos subscritos em nome das organizações regionais, claro, sempre com visão na reciprocidade de vantagens.
Importa salientar que o êxito desta empreitada passa, igualmente, por acções permanentes de concertação por via do diálogo, tendo em linha de conta as constantes metamorfoses que a dinâmica do mercado internacional impõe, muitas vezes com sentido de volatilidade.
Precisamos de ter uma movimentação intra e interfronteiriça que permita aos compatriotas, da mesma região, identificar os nichos de negócios existentes de um e outro lado que, não raras vezes, acabam inexplorados por falta de informação e deslocação. É o comércio que enriquece os povos.