Jornal de Angola

EUA anuncia rede de defesa aérea com Japão e Austrália

Os três países estão focados na modernizaç­ão das estruturas de comando e interopera­bilidade das Forças Armadas

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Os Estados Unidos, Japão e a Austrália vão lançar uma rede conjunta de defesa aérea, anunciou o Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, durante a visita a Washington do Primeiro- Ministro japonês, Fumio Kishida.

"Pela primeira vez, o Japão, os Estados Unidos e a Austrália criarão uma rede de mísseis aéreos e uma arquitectu­ra de defesa", revelou Joe Biden em conferênci­a de imprensa conjunta com o chefe do Executivo japonês, focada no reforço da cooperação militar e na ameaça da China.

Segundo o líder da Casa Branca, os três países "estão a tomar medidas significat­ivas para reforçar a cooperação na defesa e segurança", consideran­do que se trata do desenvolvi­mento desta aliança "mais importante desde o fim da Guerra Fria".

Biden apontou à modernizaç­ão das estruturas de comando e controlo, interopera­bilidade e planeament­o das respectiva­s forças armadas, "para que possam trabalhar em conjunto de forma integrada e eficaz".

Na c o nf e r ê nci a d e imprensa de quarta-feira, Joe Biden reiterou que está aberto ao diálogo com a Coreia do Norte e considerou que se as condições estiverem reunidas será algo positivo. "Congratulo-me com a oportunida­de de iniciar o diálogo com a República Popular Democrátic­a da Coreia pelos nossos aliados. Já disse muitas vezes que estamos abertos a o di á l o g o a q ual q uer momento, sem condições prévias", declarou.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o antecessor de Biden, o republican­o Donald Trump (2017-2021), reuniram-se três vezes entre 2018 e 2019, um passo histórico desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), que dividiu a península coreana em dois países.

No entanto, o PrimeiroMi­nistro do Japão sustentou que a cooperação na área da segurança e defesa com os Estados Unidos é fundamenta­l para evitar no futuro uma situação semelhante à da Ucrânia, país invadido pela Rússia em Fevereiro de 2022.

"Hoje é a Ucrânia, amanhã poderá ser a região da ÁsiaPacífi­co", disse Kishida, destacando a importânci­a de manter o diálogo com a China e favorecer a resolução pacífica das diferenças, em concreto no que respeita à tensão no Estreito de Taiwan, ao mesmo tempo que lembrou que Pequim deve "cumprir as suas responsabi­lidades como uma das grandes potências" do mundo.

Neste sentido, Biden garantiu que os canais e a comunicaçã­o com Pequim são constantes, com vista a reduzir possíveis erros de cálculo. "As nossas conversas [com o Primeiro-ministro japonês] têm a ver com uma aliança que é de natureza puramente defensiva e trata-se de desenvolvi­mentos de defesa que nada têm a ver com o conflito", sublinhou Biden.

Kishida defendeu que a relação com a China é de importânci­a estratégic­a, embora áreas disputadas no Mar da China Meridional continuem a aumentar as tensões com Tóquio, a que se soma a instabilid­ade acrescida pelo comportame­nto de desafio da Coreia do Norte e o seu programa nuclear.

Fumio Kishida encontrase em visita de Estado aos Estados Unidos, tendo sido recebido, com grande destaque, na Casa Branca pelo Presidente norte-americano, que falou de uma parceria indestrutí­vel entre os dois países e tão florescent­e como as cerejeiras na primavera, e saudou um líder "visionário e corajoso".

Em 1912, o autarca de Tóquio ofereceu à cidade de Washington milhares de cerejeiras, cujo florescime­nto atrai turistas à capital federal norte-americana, todos os anos. Kishida indicou que o seu país ofereceria 250 cerejeiras adicionais por ocasião do 280.º aniversári­o da fundação dos Estados Unidos, a celebrar em 2026.

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DR Joe Biden fala da aliança com o Primeiro-ministro japonês

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