Dedicação às literaturas africanas
Carmen Tindó Secco faz parte do crescente e heterogéneo leque de académicos que por este mundo se têm interessado pelo estudo e ensino das literaturas africanas em língua portuguesa. Carmen Lúcia Tindó Ribeiro Secco é Professora Emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), profunda conhecedora das Literaturas Africanas em Português, bem como da brasileira. A professora concedeu recentemente uma entrevista ao Jornal de Angola, publicada em Março, na qual a estudiosa brasileira fala da sua paixão pelas letras africanas em português, das relações de intertextualidade com a literatura brasileira e traça um panorama das l i teraturas de Angola, Moçambique e Cabo Verde.
A relação directa com as literaturas africanas de língua portuguesa começa em 1986, durante uma viagem a Cuba. Em Havana, havia encontrado e comprado alguns livros de autores angolanos, obras publicadas pelo Governo cubano. Porém, quando, em 1993, foi publicado o edital para o concurso para as Literaturas Africanas na Universidade Federal do Rio de Janeiro, resolveu concorrer à única vaga, tendo em vista haver percebido que, a par das muitas diferenças existentes entre a Literatura Brasileira e as Literaturas Africanas em Língua Portuguesa, poderia estabelecer importantes interlocuções com autores africanos de Angola, Moçambique, Cabo Verde e Brasil, entre os quais Luandino Vieira e Guimarães Rosa, Manuel Bandeira e Jorge Barbosa da Geração Pasárgada, de Cabo Verde, Eduardo White, de Moçambique, e Carlos Drummond Andrade, entre outros.