Iniciativas de paz e saídas para o conflito
Segundo um documento sob o título “os prós e contras as iniciativas regionais para parar a guerra no Sudão”, da autoria da organização Institute for Democracy and Electoral Assistance (International IDEA) em coordenação com Sudanese Experts and Facilitators Group (SEFG, 2023, “a comunidade internacional apelou às partes para que chegassem a acordo sobre um compromisso permanente de cessar-fogo, permitir a entrada de ajuda humanitária e iniciar um processo político pacífico. Vários intervenientes externos – a União Africana (UA), a Agência Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD), as conversações entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita em Jeddah e as conversações do Sudão países vizinhos – lançaram iniciativas diplomáticas. Mas quase seis meses depois, estes esforços não produziram resultados tangíveis e os combates continuam sem fim à vista”.
De facto, um ano depois, os combates que envolvem as Forças Armadas Sudanesas e a RSF continuam sem perspectivas de uma saída política, numa altura em que o general Abdel Fattah Al Burhan declarou que não tenciona ceder espaço para individualidades que se levantaram em armas contra as instituições do Estado.
Do lado do general Hemediti, aparentemente em vantagem no campo militar, não existem sinais de uma eventual cedência a favor de negociações.
As duas partes mostram indisponíveis para negociar uma saída pacífica, manifestam uma forte incompatibilidade para uma eventual coabitação, que vigorou de 2019 a 2023 e tudo indica que o conflito no Sudão, um ano depois, apenas se vai resolver por via de um desequilíbrio acentuado na correlação de forças entre os dois lados.
Um outro factor, que pode jogar um papel determinante, é a cessação de ajuda externa que os dois lados recebem.