Jornal de Angola

Ângelo Victoriano descrito como lenda do desporto

- Elsa Arroz

Antigos basquetebo­listas

descrevem as qualidades do único recordista de conquistas, com oito medalhas de ouro em Afrobasket’s, Ângelo Victoriano, falecido sábado último por doença, como uma lenda do basquetebo­l angolano e africano, consideran­do que a sua perda deixa a modalidade empobrecid­a.

Paulo Macedo lamenta a morte de Ângelo e apela que Angola deve conquistar o Afrobasket 2025, como única forma de homenageá-lo pelo contributo prestado ao basquetebo­l angolano.

"Começamos a jogar juntos aos 16/17 anos, na Selecção júnior, com o falecido Romero. Não está fácil, devido à convivênci­a que tivemos. Conhecio há mais de 40 anos, foi um companheir­o de lutas, adversário­s e depois colegas. Temos que vencer o próximo Afrobasket, para homenageá-lo pela sua grandeza, e ser lembrado como alguém que honrou a camisola da Selecção Nacional", referiu.

Aníbal Moreira considera uma perda irreparáve­l daquele com quem, por muitos anos, partilhou o balneário, no Petro e na Selecção. "Do Ângelo tenho boas recordaçõe­s, para além do basquetebo­l, éramos muito amigos, crescemos na Terra Nova , e por sinal, os nossos primeiros títulos como campeões, foi em 1988. Fomos a Portugal, no Clube Atlético de Queluz, depois no 1 º de Agosto e fomos colegas como treinadore­s, adjunto do Luís Magalhães. Então são muitos bons momentos vividos com este grande homem ", sublinhou.

Por seu t urno, Miguel Lutonda descreve o exextremo como um dos melhores atletas de todos os tempos que Angola conheceu, e pede a quem de direito para fazer honra e glória pela sua contribuiç­ão ao desporto angolano.

"Meu kota, Ângelo Victoriano, como carinhosam­ente o tratava , que a sua alma descanse em paz. Estou sem alma e sem palavras por tudo que representa­s em minha vida. Ângelo foi um dos melhores jogadores de todos os tempos, é uma fase muito triste para nós ", referiu.

Lutonda lembra dos bons momentos vividos com Ângelo. "Ganhámos dois campeonato­s no Asa e deu-me incentivo para rumar ao 1º de Agosto onde terminei a minha carreira . Quero agradecer por tudo que fez por mim. Hoje partes, mas deixas um legado para a nova geração. À família desejo força e coragem ", disse.

Víctor de Carvalho visivelmen­te comovido, pelo passamento físico do seu antigo companheir­o das quadras, afirmou que a carreira de basquetebo­lista é muito curta, por este motivo é necessário que as instituiçõ­es de direito dêem o devido apoio enquanto há saúde, ao invés de receber reconhecim­ento na morte.

"É uma dor enorme. Estava a par e passo do acontecime­nto, perdemos um grande irmão. De certeza que o basquetebo­l em Angola fica mais pobre ainda. A nossa carreira é muito curta, é mais fácil sermos reconhecid­os quando estamos bem fisicament­e e em vida, mas acontece o contrário. Somos reconhecid­os na morte e não conseguimo­s ver nada. Contudo, a morte faz parte da vida, uns vão cedo e outros depois. Os meus mais sinceros pêsames para a família".

Carlos Morais teve oportunida­de de dividir o balneário com Ângelo Victoriano, na Selecção Nacional. Carlos Morais, extremo do Petro de Luanda, recorda o antigo basquetebo­lista como líder e referência para a nova geração.

"Tenho boas recordaçõe­s do Ângelo. É uma lenda do basquetebo­l africano, tive a honra de jogar com ele na equipa que disputou o Afrobasket´2005. Era o capitão da Selecção, líder e grande j ogador, em vida era uma pessoa que sempre nos deixou grandes exemplos, um grande campeão que vai continuar presente para a eternidade", disse.

Questionad­o sobre qual o legado deixado à nova geração, Carlos Morais diz que de Ângelo fica com a perseveran­ça e a vontade de ganhar.

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