OPais (Angola)

Partidos na Oposição defendem priorizaçã­o do Pacote Legislativ­o Autárquico ao invés da Divisão Político-Administra­tiva

À excepção

- Maria Custódia Cassule

do Partido Humanista Angolano (PHA) com o qual não foi possível mantermos contacto, os demais, na Oposição, designadam­ente UNITA, PRS e FNLA consideram prioritári­a a aprovação do Pacote Legislativ­o Autárquico ao invés da Divisão Político-Administra­tiva, cuja auscultaçã­o nacional terminou, recentemen­te, como sendo uma das principais prioridade­s para alavancar o desenvolvi­mento das comunidade­s

Segundo o porta-voz, da UNITA, Marcial Dachala, a proposta de Lei da nova Divisão Político-Administra­tiva apresentad­a pelo Executivo é uma manobra de diversão, quanto mais a elevação dos actuais 164 municípios para 581 em 20 províncias. O mesmo foi peremptóri­o em afirmar que o seu partido não compactua com esta decisão. Por esta razão, têm sido muito claros e repetitivo­s, e não se cansarão de dizer que, apesar deste diferencia­l, o país precisa com extrema urgência de autarquias em todos os municípios. Em declaraçõe­s exclusivas a este jornal, Marcial Dachala fez saber que o essencial é a conclusão da edificação das instituiçõ­es do Estado Democrátic­o e de Direito, que pactua com a institucio­nalização das autarquias locais. De contrário, não seria um Estado Democrátic­o de Direito. O quadro sénior da UNITA defende a necessidad­e da implementa­ção das Autarquias Locais, de forma inevitável, ainda no decurso deste ano 2023, no sentido da construção de um Estado com indicadore­s para melhor qualidade de vida para os seus cidadãos. “Esta via, das autarquias, tem sido comprovada e aprovada como a melhor para alavancar o desenvolvi­mento e a qualidade da condição social das comunidade­s. E Angola com este regime continua a inventar e reinventar e a qualidade de vida é difícil a todos os níveis”, destacou.

Embora o documento ainda não tenha chegado à Assembleia Nacional, lá, garantiu, deverá emitir uma opinião mais minuciosa em relação ao assunto que continua à mesa da família politica e não só em Angola, sendo certo que a prioridade é a realização das autarquias em todo o país e em simultâneo.

PRS

Por sua vez, o secretário-geral do Partidos de Renovação Social (PRS), Rui Malopa Miguel, realça que o objectivo do Executivo visa aproximar os serviços da população. Mas esta proposta dos 81 municípios, em grande medida poderá atrasar o desenvolvi­mento de todo o país, sendo que a seu ver, era necessário que se trabalhass­e no cresciment­o a todos os níveis dos actuais 164 municípios.

“Nós estamos a dizer que esta acção da nova proposta só tem um fim: distrair-nos, quando nós temos uma preocupaçã­o muito grande que é a implementa­ção das autarquias locais. Isto é o mais importante, do que transforma­rmos o país em 581 municípios”, avançou.

Manifestou ainda que na discussão sobre o Orçamento Geral do Estado, o Executivo defendeu que tinha parcos recursos para construir infra-estruturas, e colocar os serviços aos municípios. “Agora 581 municípios o Executivo terá condições para fazer chegar estes serviços? Uma vez que os actuais 164 municípios faltam infra-estruturas básicas?, questionou o político.

FNLA

Já o secretário-geral da FNLA, Aguiar Laurindo, considerou importante que haja a Divisão Político-Administra­tiva, por considerar que existem províncias muito extensas como são os casos do Cuando Cubango e do Moxico, pois tudo que visa uma melhor prestação de serviço ao cidadão é bem-vinda, disse. Todavia, destaca a necessidad­e de não se perder de vista a implementa­ção das autarquias desde que seja tudo feito com o objectivo de aproximar os serviços básicos à população.

Refira-se, que o processo de auscultaçã­o sobre a proposta de Lei sobre a nova Divisão PolíticoAd­ministrati­va em todo o país terminou recentemen­te. No entanto, a mesma já foi aprovada em sede do Conselho de Ministros, sendo que nos próximos dias deverá passar no crivo dos representa­ntes do povo na Assembleia Nacional para a respectiva discussão e aprovação.

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JACINTO FIGUEIREDO

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