OPais (Angola)

Narrativa: ganguerism­o na Língua Portuguesa

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Quando o professor entrou, começou, então, a discussão sobre sobre os substantiv­os coletivos. O professor lançou a pergunta inicial: -“O que entendem por substantiv­o coletivo?” O silêncio falou, sim, demonstrou que ninguém tinha uma resposta na ponta da Língua. Foi então que o professor se colocou a contar o seguinte:

Os grupos são reuniões de pessoas com objectivos comuns. Há, em Língua Portuguesa, um grupo de letras chamado abecedário, que reune o alfabeto como se de uma alcateia se tratasse. O seu acervo é semelhante ao de uma armada com arsenal forte, tão forte como um grupo aos milhares, fazendo lembrar a constelaçã­o vista de cima.

Os estudantes, perfazendo o auditório, por enquanto, só ouviam o repertório exumado. Daí, cada vez mais, percebiam que o conto tinha algumas entrelinha­s que poderiam ser entendidas mediante o silêncio. O professor continua: -Estimados, até os livros formam gang, mas o seu nome não é tão assustador, pois Biblioteca é bem suave, o que não se pode dizer dos “Metralhas”. Estes, os últimos, são mais assustador­es, colocando-nos medo tal qual um enxame, quer dizer, uma abelha eu mato, mas a sua gang nem passa, nunca jamais, pela minha cabecinha. Sim, não passa mesmo. O quanto mais melhor, para mim, só funciona em questões ligadas ao cardume, bolada, cacho ( seja de uva ou de banana), frota e a lista segue. Foi então que, certo estudante, percebendo a lógica, avolumou: - Senhor professor, então, em Língua Portuguesa, há, também, gangues ou grupos de palavras, certo?

-Sim, há!

-Agora estou percebendo, é como se a mamparra fosse uma gang, mas de preguiçoso­s, a patrulha fosse outra, focada, por exemplo, em fazer vigilância ou ronda, de modo a que se mantenha a ordem

Na véspera de fazer 96 anos, Ruy de Carvalho garante: “Só páro quando morrer

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