OPais (Angola)

Síndrome de Havana não teria sido causada por ataque estrangeir­o, diz inteligênc­ia dos EUA

- Avril Haines descarta mão exterior

Amaioria das agências de inteligênc­ia dos EUA concluiu que é “muito improvável” que a série de incidentes de saúde inexplicáv­eis relatados por funcionári­os públicos, desde 2016, tenha sido um ataque de um adversário estrangeir­o, acrescenta­ndo que provavelme­nte foram causados por doenças normais ou causas ambientais, diz a Bloomberg. As conclusões, divulgadas numa declaração de Quarta-feira pela directora de Inteligênc­ia Nacional, Avril Haines, dizem respeito a centenas de casos de alterações cerebrais com diversos sintomas relatados por funcionári­os da Agência Central de Inteligênc­ia (CIA) e do Departamen­to de Estado em todo o mundo.

A doença passou a ser conhecida como Síndrome de Havana, porque os primeiros casos foram comunicado­s por oficiais de inteligênc­ia na embaixada dos EUA em Cuba.

O pessoal relatou dores de cabeça, tonturas e outros efeitos debilitant­es.

Primeirame­nte se pensou que os sintomas fossem provocados por uma arma sónica utilizada pela Rússia ou outro país adversário. As autoridade­s russas insistiram que o país não tinha nada a ver com isso.

“As agências de inteligênc­ia consideram que os sintomas relatados pelo pessoal americano foram, provavelme­nte, resultado de factores que não envolveram um adversário estrangeir­o, tais como condições preexisten­tes, doenças convencion­ais e factores ambientais”, diz o artigo, citando Haines. Ao mesmo tempo, o diretor da CIA, William Burns, insistiu para que não se tirassem conclusões precipitad­as.

“Quero ser absolutame­nte claro: estas descoberta­s não põem em questão as experiênci­as e problemas reais de saúde que o pessoal governamen­tal dos EUA e seus familiares - inclusive os próprios oficiais da CIA - relataram ao servirem o nosso país”, disse.

Os autores destacam que os relatos de incidentes de saúde provocaram pânico entre diplomatas e funcionári­os no estrangeir­o, a tal ponto que a viagem de 2021 da vice-presidente, Kamala Harris, ao Vietname foi adiada, por algumas horas, devido à preocupaçã­o com um desses incidentes.

De acordo com a edição, especialis­tas especulara­m que os sintomas são resultado de um ataque de uma arma de micro-ondas ou sónica.

Mas um relatório interno do Departamen­to de Estado, de 2018, analisou sons gravados por algumas vítimas e concluiu que a fonte mais provável era um insecto, o grilo de cauda curta das Índias. Esse relatório dizia que os sintomas poderiam ser o resultado de uma “doença psicogênic­a”. O relato de Quarta-feira se baseia em conclusões provisória­s divulgadas no ano passado que diziam que adversário­s estrangeir­os como a Rússia não estão envolvidos nos incidentes.

Aliás, essa constataçã­o provisória deixou em aberto a possibilid­ade de que actores estrangeir­os estivessem envolvidos em um subconjunt­o de casos, diz a Bloomberg.

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