O crescimento populacional, associado à falta de políticas públicas voltadas para a prática do desporto e da actividade física, sem descurar as construções anárquicas, o aparecimento de centros comerciais, assim como prédios, têm vindo a contribuir no des
Aprática de desporto nas comunidades, em particular o futebol e basquetebol, já não se faz sentir como antigamente, conforme constatou a equipa de reportagem do jornal O PAÍS, numa ronda efectuada por alguns bairros de Luanda.
Antes, os jovens da periferia olhavam para o desporto como diversão e via para esquecer as «malambas» da vida.
Outros praticavam naqueles espaços para manterem a forma física, evitando, assim, algumas doenças do fórum cardiovascular. Claro que há ginásios, mas nem todos dispõem de condições financeiras para os frequentarem.
Razão pela qual, o sedentarismo continua a ganhar protagonismo na capital do país.
Durante a reportagem, este jornal notou o desaparecimento de muitos campos que, noutrora, produziram muitos jogadores que hoje figuram nos anais da história do futebol nacional e africano, com realce para Flávio Amado, Gilberto, Mendonça,
Miller Gomes, Lourenço Cuxixima “Loló” e Job, só para citar alguns nomes.
Este jornal passou pelos bairros de Luanda onde existiam os campos dos CTT, Caputo, no Distrito Urbano do Rangel, Nzinga (agora Torres Dipanda), arredores do 1º de Maio, Kikalanga (agora Clínica Girassol), na Maianga, Campo da Sétima, junto ao Mercado dos Correios, no Kilamba Kiaxi. Os moradores do Distrito Urbano do Rangel mostram-se tristes com o facto de o Campo dos
CTT ter desaparecido, dando lugar a um estaleiro de uma empresa chinesa de construção civil denominada Namkwang. Referem que o recinto foi palco de muitos “trumunus” de futebol, mas sublinham que a extinção do campo trouxe imensas consequências ao distrito, chegando a atrair os jovens para o mundo da criminalidade. Os moradores salientam, por outro lado, que o número de assaltos e raptos tem vindo a aumentar nos últimos anos, dado que os jovens encontram-se desprovidos de ocupação. Pedem, igualmente, a rápida intervenção do governo para que situações devastadoras não venham a acontecer nos próximos anos.
“O campo dos CTT foi invadido e os moradores foram esquecidos. O governo tem de fazer qualquer coisa. As coisas não devem continuar assim. A criminalidade no Rangel também continua a aumentar. Os jovens
“O Governo tem de fazer qualquer coisa para recuperar o Campo dos CTT”
Miguel Afonso, morador do distrito do Rangel
“Joguei neste Campo do Kikalanga. Tenho boas lembranças”
Coxi Baptista, morador do distrito urbano da Maianga