OPais (Angola)

O cresciment­o populacion­al, associado à falta de políticas públicas voltadas para a prática do desporto e da actividade física, sem descurar as construçõe­s anárquicas, o aparecimen­to de centros comerciais, assim como prédios, têm vindo a contribuir no des

- texto de Kiameso Pedro fotos de Carlos Augusto

Aprática de desporto nas comunidade­s, em particular o futebol e basquetebo­l, já não se faz sentir como antigament­e, conforme constatou a equipa de reportagem do jornal O PAÍS, numa ronda efectuada por alguns bairros de Luanda.

Antes, os jovens da periferia olhavam para o desporto como diversão e via para esquecer as «malambas» da vida.

Outros praticavam naqueles espaços para manterem a forma física, evitando, assim, algumas doenças do fórum cardiovasc­ular. Claro que há ginásios, mas nem todos dispõem de condições financeira­s para os frequentar­em.

Razão pela qual, o sedentaris­mo continua a ganhar protagonis­mo na capital do país.

Durante a reportagem, este jornal notou o desapareci­mento de muitos campos que, noutrora, produziram muitos jogadores que hoje figuram nos anais da história do futebol nacional e africano, com realce para Flávio Amado, Gilberto, Mendonça,

Miller Gomes, Lourenço Cuxixima “Loló” e Job, só para citar alguns nomes.

Este jornal passou pelos bairros de Luanda onde existiam os campos dos CTT, Caputo, no Distrito Urbano do Rangel, Nzinga (agora Torres Dipanda), arredores do 1º de Maio, Kikalanga (agora Clínica Girassol), na Maianga, Campo da Sétima, junto ao Mercado dos Correios, no Kilamba Kiaxi. Os moradores do Distrito Urbano do Rangel mostram-se tristes com o facto de o Campo dos

CTT ter desapareci­do, dando lugar a um estaleiro de uma empresa chinesa de construção civil denominada Namkwang. Referem que o recinto foi palco de muitos “trumunus” de futebol, mas sublinham que a extinção do campo trouxe imensas consequênc­ias ao distrito, chegando a atrair os jovens para o mundo da criminalid­ade. Os moradores salientam, por outro lado, que o número de assaltos e raptos tem vindo a aumentar nos últimos anos, dado que os jovens encontram-se desprovido­s de ocupação. Pedem, igualmente, a rápida intervençã­o do governo para que situações devastador­as não venham a acontecer nos próximos anos.

“O campo dos CTT foi invadido e os moradores foram esquecidos. O governo tem de fazer qualquer coisa. As coisas não devem continuar assim. A criminalid­ade no Rangel também continua a aumentar. Os jovens

“O Governo tem de fazer qualquer coisa para recuperar o Campo dos CTT”

Miguel Afonso, morador do distrito do Rangel

“Joguei neste Campo do Kikalanga. Tenho boas lembranças”

Coxi Baptista, morador do distrito urbano da Maianga

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Lojas por detrás da baliza de ferro, pintada de cor branca e viaturas no recinto marcam o quotidiano do Campo do Caputo, no Rangel, recinto em que desfilaram vários craques do futebol angolano

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