OPais (Angola)

Uso de liamba aumenta clientes nos salões de beleza

- Stela Cambamba

A cabeleirei­ra Círia André trabalha na área de beleza há sete anos. Há três que passou a usar liamba em vários tipos de tratamento capilar que faz. Acredita que por conta disso a sua clientela quase duplicou e quando não é incluída a erva na composição natural para o tratamento, que ela própria prepara, os clientes acabam por desistir

Com o intuito de inovar e aplicar novos métodos no seu trabalho, Círia André, cabeleirei­ra há sete anos, em função dos rumores da sua clientela, optou por adicionar a liamba no seu trabalho.

Conta que a experiênci­a até ao momento decorre sem sobressalt­os, em função das afirmações das suas clientes. Elas asseguram que o cabelo fica mais saudável, ganha brilho, força, volume, evita caspa, queda, calvície. Umas até contam que tinham irritação no couro cabeludo e depois de passarem a usar a liamba, no tratamento capilar, registaram muitas melhorias.

Influencia­da pelas informaçõe­s ‘positivas’, a profission­al de beleza passou também a adicionar o produto proibido no seu tratamento. Diz ter constatado que os relatos eram , afinal, verdadeiro­s.

Círia Pedro conta que, além de fazer tratamento com a liamba, também produz o óleo, que fica mais caro se comparado aos outros produtos de beleza.

Para ter a liamba no seu salão de beleza, Círia explica que não tem sido fácil. Para tal, é necessário conseguir a confiança de alguém que faz o consumo habitual e torná-lo um fornecedor. Assim, sempre que a cabeleirei­ra precisa do produto entra em contacto com o fornecedor e, posteriorm­ente, recebe no seu local de serviço.

Por adicionar liamba ao tratamento capilar que tem feito, sem precisar números, Círia conta que o número dos seus clientes aumentou considerav­elmente, ao ponto de, quando não tem a erva, o rendimento baixar.

“Ao preparar um determinad­o tratamento, se não incluir a liamba o cliente pode chegar a desistir. Por isso, uso a liamba em todo tipo de tratamento que faço, desde os naturais aos artificiai­s”, disse Círia Pedro.

O tratamento natural é feito pela cabeleirei­ra na hora em que a cliente solicita. Para o efeito, usa produtos naturais como o abacate, ovo, gengibre, entre outros e no artificial acrescenta apenas a liamba em tratamento­s industriai­s de diferentes marcas. Mesmo aqueles que já trazem uma quantidade do produto é sempre acrescida.

Para quem começa a fazer o tratamento, inicialmen­te deve ser feito uma vez por semana. “Por exemplo, se o cliente começar a fazer às Sextas-feiras, nas próximas três semanas deve voltar nos mesmos dias da semana. Depois passará a fazê-lo no intervalo de 15 dias. Entretanto, para obter o produto, Círia diz que não tem sido fácil, não lida directamen­te com o vendedor dos fornecedor­es. Chegou até eles por intermédio de um

“Para além de usar no salão, algumas clientes pedem um pouco da liamba para fazerem tratamento para os seus filhos. A maioria diz que o filho tem bronquite e pretendem fazer chá”

conhecido e este, por sua vez, faz a ponte. Tal como outras mulheres que necessitam o produto para um determinad­o bem, a cabeleirei­ra também afirma que não é muito caro, o preço vária de 100 a 150 kwanzas. Por causa da procura, a cabelereir­a, geralmente, faz uma aquisição que chega para ser utilizada no período de um mês ou mais.

“Para além de usar no salão, algumas clientes pedem um pouco da liamba para fazerem tratamento para os seus filhos. A maioria diz que o filho tem bronquite e pretendem fazer chá. Por isso, defendo que o produto tivesse uma venda aberta, tendo em conta que a planta tem benefícios consideráv­eis. Porém, cada cidadão deve ter a consciênci­a de que tudo por excesso prejudica a saúde”.

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Liamba e o oléo feito com o mesmo produto
VIRGILIO PINTO Aos produtos industriai­s são acrescenta­dos liamba Liamba e o oléo feito com o mesmo produto

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