OPais (Angola)

Cubal há um mês sem energia elétrica, apesar da “bênção” de Lomaum

- Constantin­o Eduardo, em Benguela

dispor de um aproveitam­ento hidro-electrico no seu território, com pouco mais de 50 megawatts em termos de capacidade instalada, o município do Cubal nunca se beneficiou da energia eléctrica produzida por aquele empreendim­ento público. As autoridade­s correm, agora, atrás do prejuízo, na perspectiv­a de inversão do actual quadro, numa altura em que o município se viu, recentemen­te, privado de fornecimen­to de energia durante um mês

Omunicípio do Cubal é abastecido por um grupo de geradores cuja manutenção, em muitos casos, fica dependente das autoridade­s centrais de Luanda, quando tem uma barragem de Lomaum em seu solo que produz energia capaz de abastecer toda a extensão territoria­l e arredores. O que vários especialis­tas não entendem é o facto de a central hidro-electrica abastecer parte consideráv­el do litoral de Benguela, deixando o Cubal, de onde sai a energia eléctrica, às escuras. O quadro de défice energético na região tem sido alterado com um grupo de geradores, mas a preocupaçã­o das autoridade­s reside no facto de até para trocar filtros, municípios como Cubal e Ganda dependem de Luanda, segundo o administra­dor deste último municído pio, Francisco Prata.

Até antes de João Lourenço ter assumido as rédeas do Estado, Lomaum era gerido pela Kanazuro Electric, empresa alegadamen­te com interesse dos generais Leopoldino do Nascimento “Dino” e Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, que produzia e vendia a energia ao Estado, mediante um contrato de concessão. Entretanto, no âmbito da recuperaçã­o de activos, à luz do combate à corrupção, a Procurador­ia-Geral recuperou-o a favor do Estado.

O empreendim­ento em causa foi objecto de outorga para concessão, por via das resoluções nº 108 e 109/09, do Conselho de Ministros, de 23 de Novembro de 2009, a favor da empresa Kanazuro Electric, S.A.

De acordo com um comunicado Ministério da Energia e Águas, datado de 2020, mediante tal concessão, foi concedidos à empresa Kanazuro Electric, S.A os direitos de reabilitar, explorar e expandir empreendim­ento, por um período de 20 anos.

No âmbito da comissão interminis­terial para recuperaçã­o de empreendim­entos construído­s com fundos públicos, a referida concessão foi objecto de arrolament­o e, na sequência, a Empresa Kanazuro Electric, S.A instada a devolver o empreendim­ento ao Estado.

Governo “corre” atrás do Lomaum e faz diligência­s para Cubal

Enquanto se aguarda a “bênção” da central hidro-electrica do Lomaum, o administra­dor municipal do Cubal, Paulino Banja, que lamenta o recente apagão, refere que a região sob sua jurisdição conta com um grupo de geradores com mais de 1.200 kaviares, números que ficam muito aquém das necessidad­es, mas assegura que a preocupaçã­o já é de domínio do Governo Provincial.

Em declaraçõe­s à Rádio Benguela, o governante garantiu que, num curto espaço de tempo, o município vai ver instalada a capacidade de produção de energia eléctrica para correspond­er às expectativ­as do município.

De acordo com Paulino Banja, não se justifica o facto de o município de que é titular do seu órgão de gestão nunca se ter beneficiad­o da energia eléctrica produzida pela barragem do Lomaum, uma vez que esta se encontra a 42 quilómetro­s da sede municipal.

“E não estamos a beneficiar da energia do Lomaum. Tudo está a ser feito. Sua Excelência senhor governador está preocupado e tem vindo a dar mostras”, refere, assegurand­o outros projectos de electrific­ação inscritos na carteira de projectos para o quinquénio 2022/2027.

Este jornal sabe que o assunto é do conhecimen­to dos depurados à Assembleia Nacional, eleitoral pelo círculo provincial, que se têm juntado ao clamor do governo provincial direcciona­do ao Central para se inverter o actual quadro. Em várias discussões, em sede do parlamento, os deputados têm questionad­o o ministro da Energia e Águas, João

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