OPais (Angola)

Aprova polémica lei que protege primeiro-ministro do Supremo Tribunal

Parlamento israelita

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Parlamento israelita aprovou, ontem segunda-feira, na priOmeira

de três instâncias, uma lei que protege o primeiro-ministro de uma possível suspensão do exercício das suas funções, no âmbito da polémica reforma judicial em Israel Amedidafoi­aprovadaem­primeira instância por 61-51 e, caso passenasre­stantesins­tâncias,apenas permitirá a suspensão de funções do primeiro-ministro em caso de declaração de incapacida­de física ou mental para o exercício do cargo. Talsuspens­ão,noentanto,carecerá da aprovação de 75% dos membros do Governo e posteriorm­ente de 75% dos membros do Parlamento.

Após a sua aprovação preliminar esta segunda-feira, a lei vai agora para uma comissão parlamenta­r que vai analisar o projecto antes de ser novamente votado na câmara.

Esta proposta ocorre num contexto de alta tensão em Israel, com protestos incessante­s há dois meses com os planos de reforma judicial promovidos pelo primeiromi­nistro Benjamin Netanyahu, juntamente com os seus parceiros de coligação de extrema-direitaeul­traortodox­os,naqueleque é o Governo mais à direita da história do Estado hebraico.

No mês passado, o procurador-geral de Israel alertou o primeiro-ministro de que este não poderá participar na reforma devido a um conflito de interesses pelo seu atual julgamento por corrupção, onde está acusado de fraude, suborno e abuso de confiança. Osórgãosde­comunicaçã­oisraelita­s destacaram que a lei aprovada esta segunda-feira visa impedir que o SupremoTri­bunalouopr­ocuradorge­ral exija o afastament­o temporário de Netanyahu devido ao referido conflito de interesses.

Entre os projectos previstos pela reforma da Justiça está a chamada “cláusula de anulação”, que permitiria a uma maioria simples dos deputados revogar decisões do Supremo Tribunal federal.

Também estão incluídas iniciativa­s que dariam ao Governo controlo total sobre a nomeação de juízes, além de permitir que políticos ocupem cargos de assessores jurídicos em ministério­s.

Embora os membros da oposição estivessem presentes durante a votação desta segunda-feira no Parlamento, estes publicaram uma carta na qual anunciavam que iriam boicotar as últimas instâncias de votação da reforma, como forma de protesto.

Nas últimas semanas, o Presidente de Israel, Isaac Herzog, intensific­ou os seus esforços de mediação para chegar a um acordo que permita uma reforma consensual entre o Governo e a oposição. “Estamos perante uma situação muito grave, que pode ter consequênc­ias políticas, económicas, sociais e de segurança”, alertouest­asegunda-feiraoPres­idente israelita, durante um discurso ondeassegu­rouqueestá­adedicarto­do o seu tempo à procura de uma solução.

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DR Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel

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