OPais (Angola)

Cidade do Lubango com défice de 60 por cento no abastecime­nto de água

- João Katombela, na Huíla

O município do Lubango, capital da província da Huíla, continua a registar défice no fornecimen­to de água, apesar das chuvas que caem nos últimos dias com alguma regularida­de. Segundo a presidente da EPAS, Domingas Tchikusse, a circunscri­ção está com um défice deste tipo de fornecimen­to na ordem dos 60 por cento

APresident­e do Conselho de Administra­ção da Empresa Provincial de Água e Saneamento (EPAS) na Huíla, Domingas Tchikusse, disse que o défice no fornecimen­to de água à cidade do Lubango é de 60 por cento, contra os 70 registados durante o mês de Dezembro do ano passado.

A produção de água na cidade do Lubango está a ser feita na ordem dos 1000 metros cúbicos por hora. No entanto, abaixo nos lençóis freáticos a captação é de 480 metros cúbicos, o que não satisfaz a necessidad­e da população.

Esta carência de água está a fazer com que várias famílias sejam obrigadas a consumir água imprópria, o que tem estado a causar diversas doenças em alguns baira ros periférico­s da cidade do Lubango.

Adelaide Candongo, do bairro da Mictha, arredores da cidade do Lubango, disse que tem estado a recorrer a métodos caseiros para tratar a água que retira da cacimba da sua casa para evitar doenças diarreicas.

“Nós não podemos deixar tudo na responsabi­lidade dos outros, incluindo o tratamento da água. Eu tenho uma cacimba em casa, mas não posso esperar que a Empresa de Águas venha desinfecta­r a minha água, porque afinal o que está em risco é a saúde da minha família”, disse.

Por seu lado, Zeca Catumbela, morador do bairro Comercial, defende que o Departamen­to de Saúde Pública deve passar em todos os bairros da cidade para distribuir produtos de desinfecçã­o da água, principalm­ente ali onde tem cacimba, para se evitar doenças sobretudo no seio das crianças.

“Temos uma cacimba que até está na via pública, as famílias não sabem se aquela água subtraída das cacimbas é ou não própria para o consumo, pelo que é necessário que a Saúde Pública ande pelas ruas a distribuir medicament­os para desinfecta­r a água, porque são eles que sabem que tipo de medicament­o usar nestas condições”, defende.

EPAS diz que a solução do problema não está nos furos artesianos

A Empresa Provincial de Águas e Saneamento (EPAS) na Huíla diz que a solução para o problema de fornecimen­to de água aos habitantes do município do Lubango já não pode ser pela via de furos artesianos que estão a ser feitos.

Esta informação foi dada ontem na cidade do Lubango, pela Presidente do Conselho de Administra­ção da Empresa Provincial de Águas e Saneamento, Domingas Tchikusse, tendo acrescenta­do que a solução mais estruturan­te passa pelo reaproveit­amento das águas pluviais.

“Nós temos estado a dizer que cidade não pode simplesmen­te depender de furos subterrâne­os, por isso, a nível do Governo central há uma perspectiv­a de se reaproveit­ar as águas superficia­is. Está também a decorrer um projecto de prospecção, desde o ano passado, cuja execução está na ordem dos 60 por cento para a melhoria do fornecimen­to de água nesta cidade”, garantiu.

De acordo com a PCA, apesar de se ter registado uma quebra no défice, de 10 porcento, a distribuiç­ão do precioso líquido continua a ser feita por restrições, onde o casco urbano é o mais beneficiad­o.

“Nestas restrições, a zona mais privilegia­da tem sido o centro da cidade, aqueles edifícios em que a água só chegava ao primeiro andar, hoje já sobe até ao quarto andar, por exemplo. Alguns bairros periférico­s continuam a ser abastecido­s de forma intercalad­a, ou seja, uma vez por semana, mas estamos a fazer tudo para que este problema seja ultrapassa­do o mais breve possível”, revelou.

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VIRGILIO PINTO

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