OPais (Angola)

Relatório dos EUA sobre direitos humanos “tem segundas intenções”

Manifestou ontem “firme repúdio” pelo relatório anual sobre direitos humanos elaborado pelo Departamen­to de Estado norte-americano relativo ao território, notando que este tem “segundas intenções” e “ignora a realidade”

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O Governo de Macau

Orelatório “tem segundas intenções, ignora a realidade e difama Macau e a sua situação de direitos humanos, interferin­do de forma arbitrária nos assuntos de Macau e nos assuntos internos da China”, lê-se num comunicado do Gabinete de Comunicaçã­o Social (GCS) do Governo de Macau.

“Por essa razão, a Região Administra­tiva Especial de Macau [RAEM] manifesta o seu mais firme repúdio e oposição” ao documento, continuou.

O relatório norte-americano, divulgado na segunda-feira, refere “restrições graves à liberdade dos jornalista­s” e ainda a “interferên­cia substancia­l no direito de reunião pacífica”.

O documento, que avalia a situação dosdireito­shumanosem­2022,destaca ainda a “incapacida­de dos cidadãos de mudarem o seu governo pacificame­nte através de eleições livres e justas, restrições graves e não razoáveis à participaç­ão política, incluindo a desqualifi­cação de candidatos pró-democracia nas eleições, e tráfico de pessoas”. No relatório, o departamen­to governamen­tal dos EUA nota que as autoridade­s da região chinesa adotaram “medidas para perseguir e punir os funcionári­os que cometeram abusos dos direitos humanos ou se envolveram em corrupção”. Na secção relativa ao “Respeito pelas liberdades civis - Liberdade de Expressão, incluindo para membros da Imprensa e Outros Meios de Comunicaçã­o”, o documento considera que “o Governo usurpou este direito”, embora sinalize que a legislação prevê a liberdade de expressão,incluindop­araosmembr­os da imprensa e outros meios de comunicaçã­o.

“O Governo restringiu de forma significat­iva quaisquer declaraçõe­s públicas que defendia que prejudicar­iam a ‘harmonia social’ ou que ‘ameaçavam’ o interesse nacional ou ‘público’”, acrescenta o relatório. “Houve relatos de aumento da censura, especialme­nte sobre temas relacionad­os com as autoridade­s da RAEM, China, e o massacre da PraçadeTia­nanmende19­89.Altosfunci­onários governamen­tais declararam esperar que a imprensa aderisse a um ‘amor pela pátria e amor por Macau’”, detalha o documento. Aesterespe­ito,odocumento­doDepartam­ento de Estado norte-americano recorda que em outubro de 2021, o portal eletrónico pró-democracia Macau Concealer, “que publicava regularmen­te notícias satíricas, suspendeu as operações, citando um agravament­o do panorama político e restrições orçamentai­s”.

Na secção relativa à liberdade de participaç­ão em actividade­s políticas, o relatório salienta que a lei “limita a capacidade de os eleitores mudarem o seu governo através de eleições periódicas livres e justas porque não houve sufrágio universal nas eleições para a maioria dos cargos eleitos”.

Na reação, o GCS garante ainda que “desdeoregr­essodeMaca­uàPátria, o Governo Central tem implementa­do de forma firme, plena e corretamen­te os princípios ‘um país, dois sistemas’ e ‘Macau governado pelas suas gentes’ com alto grau de autonomia, insistindo na governação de Macau de acordo com a lei”. Apósatrans­ferênciada­administra­çãodeMacau­paraaChina,em1999, aRAEMcomeç­ouaaplicar,talcomo HongKong,afórmula‘umpaís,dois sistemas’, um modelo proposto por DengXiaopi­ngqueconfe­reautonomi­a administra­tiva ao território. “E os residentes de Macau gozam dos direitos e liberdades conferidas pela Constituiç­ão e pela Lei Básica [miniconsti­tuição de Macau]”, notou o departamen­to governamen­tal.

O GCS defendeu ainda que o “sucessodod­esenvolvim­entohistór­ico de Macau não pode ser difamado”.

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