A inextricável inércia do nome Angola
Angola é conhecida pelos portugueses desde 1482. Tem uma extensão compreendida entre 1.246.700km² e um complexo populacional de 30 milhões de habitantes - Sendo maioritariamente pertencente ao grupo Ambundo - da etnia Bantu. Os substantivos que remetem o tema (A INEXTRICÁVEL INÉRCIA DO NOME ANGOLA), surgem na tentativa de sustentar que por razões adversas, pouco se tem discutido sobre a profundidade do nome que este país acarreta e sobre os factores que resultaram na sua adopção.
O nome Angola é uma derivação portuguesa do termo banto n’gola, título dos reis do antigo reino do Ndongo. O termo tem raízes no termo ngolo que significa “força” em quimbundo e em Kicongo, línguas dos povos ambundos e congos respectivamente.
Passíveis Problemáticas
1° Ponto: se considerarmos que o Reino do qual teve origem o nome (Ndongo),correspondeapenasuma pequenaporçãodonossoactualterritório (pós saia apenas do rio Dande e as terras de Ambuíla ao planalto do Bié – Norte e Sul, de Kassanje à Kissama – Leste ao Sudeste), é justo pensar que o nome não seria representativoparatodaaextensãoda Actual “Angola - visto que cada regiãoemcadaperíodohistóriaadoptou vários substantivos para as suas regiõesetítulosparaosseussoberanos (Como Maloango em Loango, e Mani-Congo no Congo).
Sobre esta visão, uma vez que geograficamente o país extenso de Cabinda ao Cunene - chamado Angola - não é a mesmo que por extensão os soberanos Ngola governaram no passado, não podemos considerar a extensivamente este país como país dosNgola(sendoqueestesditinham simplesmente parte dela.
2° Ponto: uma outra visão, precisamos lembrar que, na visão Africana, os nomes expressam não só crençaseexperiências,comoigualmente as culturas, sentimentos e até mesmo história. Considerando que não existe nada que une os povos de Ngola, com a palavra Angola (por ser um nome aportuguesado), tal substantivo pode até mesmo ser um mero intruso na história e nas realidades das suas sociedades que simplesmentechamavamNgolaaos seus soberanos (nome que expelia não apenas soberania, como também originalidade e pertença). 3° Ponto: na linguística, os nomes de povos e pessoas não necessitam de novos enquadramentos extra a sua própria originalidade). ¨Alterar o nome de alguém constitui o mesmo peso em crime que o roubar dinheiro público¨ (Dr. Ana Pita Grós - Chefe do Departamento de Línguas e Literaturas Em Língua Portuguesa da Faculdade de Letras – (UAN). Neste caso, é possível supor que o nome Angola não tenha encaixe linguístico com o antigo nome Ngola que ostentavam os soberanos do Ndongo.
É também importante considerar que (como supõe o Linguista Mestrando Pedro Manaça): do grego a vogal ¨A¨ é relativo a inexistência, ausência ou vazio. Neste caso, Chamar Angola é o mesmo que dizer não existe Ngola – Rei, ou ausência de Ngola|Ngolo – Força. Os Angola é ummeroenquadramentoqueaelite
Lusófonaadoptouparajustificarsua incapacidade de produzir o som de Ngola (pronúncia difícil dentro do seu alfabeto fonológico).
Considerações finais
Desde o século XVII Angola passou por várias repressões, dentre outros, devido as línguas e pronúncias que ostentavam. Apesar de não sabermos de concreto quais foram as reais razões para adpção, é possíveis sim por vários critérios considerá-la um termo a alheio a realidade dos seus povos. Desde os anos 60 e 70, vários países africanos ao consagrarem sua independência, tiveram como primeira expressão da sua soberania o mudança dos nomes impostos pelos colonizadores paraaquelesquedefactorefletianão sósuasexpectativas,comotambém asuahistória(comofoiocasodaantiga Rodesia do Sul e a Suazilândia). Neste caso, porquê então o País ANGOLAnãooptoupelomesmocaminho? Este seria um bom tema para próximos estudos e análises científicas. O passado do país Angola é polêmico e seu futuro imprevisível. Não é possível a ninguém que não saiba dizer de onde veio, determinar quem ele é, e que alvo atingirá.
*Bacharel em História pela Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto
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