Bebidas alcoólicas em ‘pacotinhos’ estão a ser fabricados com matériaprima expirada há sete anos
As bebidas alcoólicas empacotadas em embalagem de plástico, os vulgos ‘pacotinhos’, estão a ser fabricadas de forma fraudulenta e são neste momento um perigo real a saúde humana para todos os seus usuários, alerta a ANIESA
No fabrico de algumas delas estão a ser utilizadas matérias-primas inapropriadas, sendo que muitas delas com prazo de validade vencido há mais de sete anos.
A isto junta-se o facto das péssimas condições de higiene e salubridade de algumas fábricas, assim como a falta de apresentação de provas da verificação e garantia de qualidade no processo de manufaturação de tais produtos.
Três fábricas de bebidas já estão sob punição e a operação vai seguir o seu curso até estancar o mal. Foram inspeccionadas nesta fase as empresas Kikando- Indústria de bebidas, Lda; Twalis Prestação de Serviços (SU), Lda e a Unique Beverages SA, situadas nos municípios de Viana e Cacuaco, ambas responsáveis pela produção das marcas de whiskeys Simba Patis, Twaly Simba, Start e Casa Velha.
A denúncia é da Autoridade Nacional de Inspecção Económica e Segurança Alimentar (ANIESA) e foi feita pelo inspector Epifânio Joaquim, que revelou ainda que decorre uma larga operação inspectiva às fábricas e industriais deste segmento de bebidas.
“O objectivo macro da operação é aferir as condições e o processo de fabricação destas bebidas. Acontece nesta altura porque temos estado a notar uma crescente oferta de bebidas espirituosas e destiladas no mercado, presumindo-se que estejam a ser fa
“Só o consumir de bebidas alcoólicas de forma desenfreada já é um problema para a saúde humana. Então a falta de garantia piora a situação transformando os operadores económicos que fornecem estes produtos em autênticos homicidas”
Inspector da ANIESA, Epifânio Joaquim
bricadas em condições precárias”, revelou Epifânio Joaquim, falando no espaço da instituição nas antenas do serviço público de radiodifusão.
Resultante de um trabalho investigativo, a ANIESA constatou que algumas das marcas destas bebidas estão a ser fabricadas com o uso de produtos expirados há sete anos e fora dos padrões mínimos do recomendados na fabricação de produtos alimentares.
Segundo o inspector da ANIESA, neste momento não é possível sequer falar da qualidade dos produtos, porque os fabricantes não conseguiram apresentar às autoridades algum laudo de análise laboratorial a testificar os padrões de qualidade seguidos no processo de fabrico.
A ANIESA não restou alternativa senão o encerramento das industriais envolvidas no processo de fabricação, pois acredita que a facilidade com que se acessa a este tipo de produto (preço acessível a quase ao alcance de todos bolsos) e a forte disseminação do seu consumo no seio das camadas mais pobres e jovens está em curso um atentado à saúde pública do país.
“Só o consumir de bebidas alcoólicas de forma desenfreada já é um problema para a saúde humana. Então a falta de garantia piora a situação e transforma os operadores económicos que fornecem estes produtos em autênticos homicidas”, finalizou Epifânio Joaquim da ANIESA.