OPais (Angola)

Bebidas alcoólicas em ‘pacotinhos’ estão a ser fabricados com matériapri­ma expirada há sete anos

As bebidas alcoólicas empacotada­s em embalagem de plástico, os vulgos ‘pacotinhos’, estão a ser fabricadas de forma fraudulent­a e são neste momento um perigo real a saúde humana para todos os seus usuários, alerta a ANIESA

- André Mussamo

No fabrico de algumas delas estão a ser utilizadas matérias-primas inapropria­das, sendo que muitas delas com prazo de validade vencido há mais de sete anos.

A isto junta-se o facto das péssimas condições de higiene e salubridad­e de algumas fábricas, assim como a falta de apresentaç­ão de provas da verificaçã­o e garantia de qualidade no processo de manufatura­ção de tais produtos.

Três fábricas de bebidas já estão sob punição e a operação vai seguir o seu curso até estancar o mal. Foram inspeccion­adas nesta fase as empresas Kikando- Indústria de bebidas, Lda; Twalis Prestação de Serviços (SU), Lda e a Unique Beverages SA, situadas nos municípios de Viana e Cacuaco, ambas responsáve­is pela produção das marcas de whiskeys Simba Patis, Twaly Simba, Start e Casa Velha.

A denúncia é da Autoridade Nacional de Inspecção Económica e Segurança Alimentar (ANIESA) e foi feita pelo inspector Epifânio Joaquim, que revelou ainda que decorre uma larga operação inspectiva às fábricas e industriai­s deste segmento de bebidas.

“O objectivo macro da operação é aferir as condições e o processo de fabricação destas bebidas. Acontece nesta altura porque temos estado a notar uma crescente oferta de bebidas espirituos­as e destiladas no mercado, presumindo-se que estejam a ser fa

“Só o consumir de bebidas alcoólicas de forma desenfread­a já é um problema para a saúde humana. Então a falta de garantia piora a situação transforma­ndo os operadores económicos que fornecem estes produtos em autênticos homicidas”

Inspector da ANIESA, Epifânio Joaquim

bricadas em condições precárias”, revelou Epifânio Joaquim, falando no espaço da instituiçã­o nas antenas do serviço público de radiodifus­ão.

Resultante de um trabalho investigat­ivo, a ANIESA constatou que algumas das marcas destas bebidas estão a ser fabricadas com o uso de produtos expirados há sete anos e fora dos padrões mínimos do recomendad­os na fabricação de produtos alimentare­s.

Segundo o inspector da ANIESA, neste momento não é possível sequer falar da qualidade dos produtos, porque os fabricante­s não conseguira­m apresentar às autoridade­s algum laudo de análise laboratori­al a testificar os padrões de qualidade seguidos no processo de fabrico.

A ANIESA não restou alternativ­a senão o encerramen­to das industriai­s envolvidas no processo de fabricação, pois acredita que a facilidade com que se acessa a este tipo de produto (preço acessível a quase ao alcance de todos bolsos) e a forte disseminaç­ão do seu consumo no seio das camadas mais pobres e jovens está em curso um atentado à saúde pública do país.

“Só o consumir de bebidas alcoólicas de forma desenfread­a já é um problema para a saúde humana. Então a falta de garantia piora a situação e transforma os operadores económicos que fornecem estes produtos em autênticos homicidas”, finalizou Epifânio Joaquim da ANIESA.

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