Ex-director da agricultura do Chinguar começou a ser julgado
Oex-director da agricultura do município do Chinguar, província do Bié, Hermenegildo Cardoso, começou a ser julgado pelo Tribunal da Comarca do Cuito, pelos crimes de peculato e abuso de poder.
O julgamento decorre desde terça-feira, numa das salas com competência genérica instalada nesta municipalidade, já que o Tribunal da Comarca do Cuito abrange também os municípios do Chitembo e Chinguar, no âmbito do novo mapa judiciário. No primeiro dia, que ficou martar com a leitura da acusação do Ministério Público e a contestação da defesa de Hermenegildo Cardoso, ficou-se a saber que o réu desviou 154 sacos de adubos, 69 de amónio, 51 de soja, 14 de milho e um de massango, que seriam para benefício dos camponeses locais. O Ministério Público adianta ainda que Hermenegildo Cardoso fazia a sua acção de forma deliberada e reiterada, na medida em que consta nos autos o desvio considerável de mais inputs agrícolas, prejudicando, assim, os produtores das comunas de Cangote, Cutato e outros.
Por sua vez, o advogado de defesa, Edgar dos Santos, considerou que a acusação do Ministério Público é infundada, na medida em que não corresponde com a verdade material trazida ao processo e da má investigação feita por este órgão, pedindo, por isso, a absolvição do seu cliente.
O julgamento retoma na próxima terça-feira, dia 28, para se ouvir os declarantes.
Sublinhe-se que a Polícia Nacional do Chinguar, após detenção de Hermenegildo Cardoso, em Outubro de 2022, recuperou os bens públicos desviados na comuna do Cangote, onde haviam sido escondidos.
A partir desta terça-feira, o réu passou a responder em liberdade provisória, mediante Termo, Identidade e Residência (TIR), sujeito, entre outras medidas, a não mudar de residência, país ou província, sem autorização do Ministério Público.*