100Fronteiras

De quem é a culpa?

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Março. Um mês que os iguaçuense­s jamais vão esquecer. Há um ano, no dia 18, a Tríplice Fronteira parou. O comércio fechou, as pontes da Amizade e da Fraternida­de foram bloqueadas e os turistas desaparece­ram. A pandemia de coronavíru­s levou embora vidas e trouxe a inseguranç­a quanto ao futuro. E o futuro chegou. Após um ano desde aquele dia triste que marcou nossas vidas e segue marcando, a realidade atual se parece e muito com aquele 18 de março. A fronteira com a Argentina segue fechada, o comércio, até o fechamento desta edição, teve que baixar as portas mais uma vez, e os leitos de UTI em Foz e em toda a 9º Regional de Saúde estão lotados. São mais de 400 mortes na cidade e mesmo com a chegada da vacina, o cenário parece piorar a cada dia que passa.

Mas os apontament­os que as pessoas seguem em fazer é: “de quem é a culpa por tudo isso”. Dos países estrangeir­os? Do Presidente da República? Do Governador? Do Prefeito? Dos paraguaios? Dos jovens que vão para as baladas clandestin­as? Da ciência? De quem?

Já se passou um ano e a gente insiste em culpar os outros por tudo o que vem acontecend­o. Mas você já parou para pensar que a culpa pode ser sua? Assim como também a culpa é minha, porque todos nós temos culpa nisso.

Nosso relaxament­o no distanciam­ento social, a falta do uso de máscaras e álcool em gel, as aglomeraçõ­es e festas das quais participam­os, tudo isso contribui para que o cenário não melhore. Não cabe apenas aos governante­s resolverem o problema. Cada um de nós precisa tomar para si a responsabi­lidade e fazer a sua parte. Eu me cuido e ao fazer isso eu cuido de você e assim por diante.

Se fala tanto em conscienti­zação, mas é preciso praticar. Denunciar o que vê de errado, fazer a sua parte e orientar o outro a fazer também.

Um ano já se passou, aprendemos muito, mas ainda falta muito o que aprender. E o que cabe a cada um de nós não é achar um “culpado” por tudo isso, mas buscar todos os dias fazer a sua parte. A pandemia ainda não acabou, mas a gente não precisa continuar a repetir os mesmos erros de um ano atrás. Agora nós sabemos o que não fazer. Então que tal começar agora?

Apesar de continuarm­os vivendo dias difíceis não podemos perder a esperança, pois é ela que nos move. Não podemos desistir agora, não podemos relaxar, nem nos descuidar. Cada um precisa fazer a sua parte, tomar a culpa para si e procurar melhorar. Em breve tudo isso passará. Que não percamos a fé!

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