MAOS SOLIDARIAS UNIDAS POR UMA MESMA CAUSA
Uma das cenas que mais impactaram a fronteira quando as pontes foram fechadas era a chegada dos paraguaios e argentinos às pontes da Amizade e da Fraternidade, que vinham de diversos estados brasileiros na intenção de retornarem aos seus países, porém acabavam barrados, tendo de ficar por dias acampados no local à espera de autorização para poderem voltar em segurança a seus respectivos países.
Diante desse cenário caótico, a comunidade iguaçuense, por meio de ações solidárias, buscou atender essas pessoas com doação de comida e de cobertor.
“Demos assistência aos irmãos paraguaios. Eles necessitavam de alimentos, máscaras, banhos, roupas e itens de higiene. Por conta disso, nós confeccionamos 8.500 máscaras, que doamos para a Marinha, Exército, Aeronáutica e para os irmãos paraguaios e povo de rua. Recebemos também doações de cobertores, o que ajudou muito essa população, pois era período de inverno e chuva. Além disso, entregamos marmitas em conjunto com o projeto Sopão da Madrugada, que faz um lindo trabalho para alimentar os mais necessitados. Juntos conseguimos passar por esse momento tão difícil”, destacam os empresários Neusa Miguens e José Maria Escobar.
Quem também ajudou dezenas de pessoas que desembarcavam nas pontes foi o . Durante a pandemia, ele foi essencial para a comunidade, doando tempo e dedicação aos mais afetados pela crise. Entre as ações sociais realizadas pelo 34º Batalhão estão:
participação no projeto Marmita Solidária, ao qual disponibilizou
r mão de obra para a preparação da comida;
arrecadação e elaboração de lanches para os profissionais da
r saúde da linha de frente do Hospital Municipal contra a covid-19. A entrega diária ocorreu por cerca de dois meses;
centro de recebimento de cestas básicas da prefeitura. O batalhão
r disponibilizou o espaço para o armazenamento das doações; e
apoio e assistência aos moradores do Paraguai e Argentina
r que chegavam às pontes da Amizade e da Fraternidade e não conseguiam entrar em seus respectivos países. Com isso, o batalhão repassou comidas e donativos a essas pessoas.
Entre as ações de segurança realizadas pelo batalhão estão:
papel importante no fechamento das fronteiras, na segurança
r e no monitoramento;
realização de diversas apreensões com o apoio da Marinha, Polícia
r Militar, Receita Federal e Polícia Rodoviária Federal; realização de operações pontuais nas rodovias da região; e
r monitoramento de segurança 24h e controle de quem entrava
r e saía do país pela Ponte Internacional da Amizade, trabalho ainda hoje realizado na Ponte Tancredo Neves, na fronteira com a Argentina, que segue fechada.
“Em um momento que todo mundo segurou, nós aceleramos o trabalho realizando muitas ações. Isso é algo que me deixa muito feliz, ter podido ajudar nesse momento tão crítico. Hoje eu posso olhar pra trás e ver que o batalhão fez bastante coisa”, ressalta o coronel Marcelo Pontes, comandante do batalhão em 2020.
Apesar do intenso trabalho nos primeiros meses de pandemia, as ações no batalhão continuam. De acordo com o atual comandante do 34º BIMec, tenente-coronel Georgingtown Haullinson Farias, “o batalhão está atento a qualquer necessidade de apoio que as instituições necessitarem para o combate à covid-19, como suporte logístico e apoio à campanha de vacinação por intermédio dos nossos militares de saúde, a nossa ‘mão amiga’, contribuindo assim com a volta à normalidade”.
A ajuda veio de todos os lados. O cenário assustador que se instalou em Foz com o fechamento do comércio, pontos turísticos e hotéis da cidade fez o empresário Antônio Hernandes Gonzales Júnior, do Hotel Foz do Iguaçu, realizar um gesto nobre em prol dos mais afetados pela pandemia, no início de abril.
“O hotel foi literalmente fechado, funcionários tiveram que ir para casa e tudo ficou completamente vazio pela primeira vez em mais de 40 anos. Indo no hotel e vendo todos os equipamentos parados, como a cozinha industrial, me passou uma sensação muito ruim, pois eu nunca tinha visto aquilo. Levei a ideia para a minha filha que cuidava da parte de alimentos e bebidas, sobre aproveitar esse momento crítico, com pessoas desempregadas e passando fome, para fazer algo para esse pessoal. De imediato ela topou a ideia e com isso iniciamos o trabalho de fazer marmitas diárias”, lembra.
Assim, o que começou com 200 marmitas por dia chegou a 1.200 diariamente, distribuídas para várias comunidades carentes da cidade e moradores de rua. Graças à ajuda da comunidade, mais de 103 mil marmitas foram entregues, um gesto que mostrou a importância da união frente à crise.
“Foi muito gratificante não só em poder ajudar as pessoas, mas principalmente conseguir fazer com que através desse equipamento parado conseguíssemos ajudar bastante as pessoas menos favorecidas da cidade. Pela primeira vez um projeto desse, totalmente privado, sem uso de dinheiro público, conseguiu alimentar tanta gente por tanto tempo. E isso foi graças ao voluntarismo da população”, frisa, emocionado, o empresário.