PMs dizem que mexeram em carro para socorrer Italo
Policial que atirou na cabeça do garoto disse que, ao abrir porta de veículo, viu o menino vivo e precisou tirar o revólver da mão dele para prestar o devido atendimento médico
Os quatro policiais militares que participaram da ocorrência que terminou com a morte do menino Italo, 10 anos, após suposta resistência durante o furto de um carro na Vila Andrade (zona sul), no último dia 2, alegaram ontem que mexeram no veículo com o único objetivo de prestar socorro médico à criança, baleada na cabeça.
Os policiais foram ouvidos pela primeira vez, de forma formal e individualmente, no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, responsável pelo caso, durante a manhã e tarde de ontem.
As oitivas ocorreram dois dias após a perícia atestar que Italo tinha resíduos de pólvora e chumbo em suas mãos e que a única marca de disparo no carro aponta que o tiro foi dado pela janela do motorista, do lado de fora.
O soldado da Rocam (tropa de motos) que atirou em Italo alegou que, ao abrir a porta do veículo, após seu disparo, encontrou o menino ainda vivo e com o revólver calibre 38 em mãos. Ele estava inclinado na ponta do banco. Por isso foi necessário tirar a arma e deixá-lo de maneira que facilitasse seu atendimento médico. Mesmo com os socorros, a criança morreu no local.
O outro policial da Rocam (que também afirma ter atirado) diz que foi preciso descer o menino de 11 anos que acompanhava Italo pela porta da frente porque estava em pé no banco traseiro.
Os PMs repetiram as mesmas versões dadas anteriormente no registro do caso e à Corregedoria, de que Italo atirou três vezes contra eles abrindo e fechando a janela do veículo. Voltaram a dizer que o carro era insulfimado, que em não viram que o motorista era uma criança e que atiraram para desarmar o suspeito.