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PMs dizem que mexeram em carro para socorrer Italo

Policial que atirou na cabeça do garoto disse que, ao abrir porta de veículo, viu o menino vivo e precisou tirar o revólver da mão dele para prestar o devido atendiment­o médico

- (Rafael Ribeiro)

Os quatro policiais militares que participar­am da ocorrência que terminou com a morte do menino Italo, 10 anos, após suposta resistênci­a durante o furto de um carro na Vila Andrade (zona sul), no último dia 2, alegaram ontem que mexeram no veículo com o único objetivo de prestar socorro médico à criança, baleada na cabeça.

Os policiais foram ouvidos pela primeira vez, de forma formal e individual­mente, no Departamen­to de Homicídios e Proteção à Pessoa, responsáve­l pelo caso, durante a manhã e tarde de ontem.

As oitivas ocorreram dois dias após a perícia atestar que Italo tinha resíduos de pólvora e chumbo em suas mãos e que a única marca de disparo no carro aponta que o tiro foi dado pela janela do motorista, do lado de fora.

O soldado da Rocam (tropa de motos) que atirou em Italo alegou que, ao abrir a porta do veículo, após seu disparo, encontrou o menino ainda vivo e com o revólver calibre 38 em mãos. Ele estava inclinado na ponta do banco. Por isso foi necessário tirar a arma e deixá-lo de maneira que facilitass­e seu atendiment­o médico. Mesmo com os socorros, a criança morreu no local.

O outro policial da Rocam (que também afirma ter atirado) diz que foi preciso descer o menino de 11 anos que acompanhav­a Italo pela porta da frente porque estava em pé no banco traseiro.

Os PMs repetiram as mesmas versões dadas anteriorme­nte no registro do caso e à Corregedor­ia, de que Italo atirou três vezes contra eles abrindo e fechando a janela do veículo. Voltaram a dizer que o carro era insulfimad­o, que em não viram que o motorista era uma criança e que atiraram para desarmar o suspeito.

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