Temer diz a sindicatos que não prejudicará trabalhador
Gestão do presidente interino defende a criação de uma idade mínima para reduzir gastos na Previdência
O presidente interino, Mi- chel Temer, garantiu ontem a sindicalistas que não vai mexer nas aposentadorias antes de chegar a um acordo com os representantes dos trabalhadores e usou o seu perfil no Twitter para espalhar o recado: “Não vamos fazer nada contra os trabalhadores”, postou sua assessoria, durante almoço de Temer com líderes sindicais no Palácio do Jaburu.
A reforma da Previdência é um ponto de tensão na relação do governo com as centrais sindicais, que não aceitam a imposição de uma idade mínima para as aposentadorias por tempo de contribuição.
A ideia de obrigar todos os segurados do INSS a contribuir até os 65 anos de idade vem sendo defendida abertamente por membros do governo como uma solução para equilibrar as contas da Previdência. Hoje, os trabalhadores se aposentam na faixa dos 50 anos.
No encontro de ontem, Temer não mencionou a criação da idade mínima e optou por uma estratégia conciliadora. “Estou fazendo essas reuniões porque não vamos fazer nada contra os trabalhadores, mas queremos a compreensão também dos empresários. Não vamos fazer nada que divida o país. Queremos ter uma grande harmonia”, discursou.
Representantes de centrais sindicais que apoiam Temer elogiaram o novo governo pela abertura ao diálogo. “Em 27 dias foram três encontros com sindicatos. É praticamente a mesma quantidade de vezes dos cinco anos do governo Dilma”, comparou Antonio Neto, presidente da CSB.
O deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP), dirigente da Força Sindical, disse que as centrais mantêm a proposta de solução já apresentada para resolver o problema do caixa da Previdência, como venda de prédios, renegociação de dívidas e imposto sobre jogos que seriam legalizados. As centrais esperam uma contraproposta nesta segunda-feira.