Presidente do Bradesco é acusado de corrupção
Luiz Carlos Trabuco vira réu em denúncia que investiga propina para livrar banco de multas da Receita
A Justiça Federal em Brasília aceitou a denúncia contra o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e mais nove pessoas suspeitas de negociarem pagamento de propina a integrantes do Carf —conselho que julga recursos contra a Receita Federal.
A Operação Zelotes suspeita que o banco tenha negociado a contratação de serviços de um escritório que atuava para corromper conselheiros do Carf e livrar ou atenuar multas no órgão.
A PF apontou os crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A decisão do juiz não con- siderou o mérito da acusação. Ele só disse haver indícios suficientes para a abertura do processo.
Grampos
A PF sustenta que, antes de uma das reuniões entre os lobistas e executivos do banco, Trabuco teria aparecido para cumprimentá-los.
Um dos grampos telefônicos flagrou uma conversa em que o advogado Mario Pagnozzi Junior, apontado pela PF como lobista, conta a Eduardo Cerqueira Leite, exchefe da delegacia da Receita em São Paulo, que o presidente do Bradesco agradeceu pelo “empenho em ajudar” o banco. Para a força-tarefa da Zelotes, esse é mais um indício de que Trabuco tinha conhecimento das supostas negociações.
Com o acolhimento da denúncia, o banco decidiu acelerar o processo de sucessão de Trabuco.