Argentino diz que houve sabotagem
Após muitas reclamações das delegações estrangeiras, o Comitê Organizador dos Jogos do Rio entregou ontem os últimos prédios da Vila Olímpica da Barra da Tijuca, nos quais foi preciso um trabalho árduo para corrigir problemas de entupimento dos vasos sanitários, vazamentos e furtos de peças dos quartos, como torneiras e até tampas de privada. Segundo o diretor executivo de Operações do Rio 2016, Rodrigo Tostes, agora o comitê iniciará uma investigação para saber as causas das falhas.
O chefe de missão da Argentina, Diego Gusmán, no entanto, afirma já saber o que aconteceu: sabotagem. “Já estive em diversos PanAmericanos, Jogos Olímpicos, Mundiais, e nunca tinha vis- to isso. Não eram pedrinhas dentro dos vasos sanitários. Eram blocos de cimento, pedaços grossos de tecido, tudo interrompendo o fluxo de água. Não precisei conversar com ninguém e nem ter nenhuma informação para perceber com a minha experiência que não se tratavam de erros corriqueiros de uma obra. Tenho certeza que houve sabotagem”, disse Diego Gusmán, ao GloboEsporte.com.
Membros da diretoria da Rio-2016 acreditam que, apesar de não terem provas concretas, os responsáveis pelos problemas são os operários que trabalharam na obra da Vila, que conviveram com atrasos de salários e más condições de trabalho.
“Alguns casos de saques a gente identificou. As coisas estão sendo apuradas de maneira correta. Nosso objetivo sempre foi entregar os 31 prédios e estamos fazendo isso. A gente notou algumas coisas. Mas foram coisas pequenas. Tampa de privada, algumas coisas que aconteceram a gente foi substituindo. A gente não está se concentrando nisso (sabotagem). As delegações estão todas muito contentes”, disse Rodrigo Tostes.
A delegação que mais sofreu foi a australiana, que chegou logo no dia de abertura, domingo, e não pôde assumir os quartos. Desde então, 650 operários trabalharam 24 horas por dia para corrigir os problemas e cumprir o prazo de entrega dos prédios, que foi ontem.