Pesquisa com animais mortos causa mau cheiro em avenida
Experiência da USP deixa porcos mortos perto da avenida Dr. Arnaldo. Pedestres e vizinhos reclamam
Um experimento científico conduzido pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) na rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros (zona oeste), causa mau cheiro nas imediações e incomoda vizinhos e pedestres.
A pesquisa envolve três porcos mortos, em decomposição. Eles foram colocados em tendas próximas à calçada. O experimento teve início em 13 de julho e a previsão é que dure pelo menos um mês, podendo chegar a dois.
Até lá o mau cheiro deve continuar. As promotoras de vendas Mayara Luchezi, 22 anos, e Camila de Oliveira, 27 anos, trabalham durante o período da tarde na esquina da avenida Doutor Arnaldo com a Teodoro Sampaio e tiveram que suportar o mau odor. “É um cheiro muito forte. Pensei que fosse esgoto aberto”, diz Camila. “Mesmo resfriada eu consegui sentir”, completa Mayara.
A responsável pela pesquisa é Maria Luiza Cavallari, estudante do segundo ano de doutorado do programa de pós-graduação da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde. Ela diz que o mau cheiro vai diminuir e não há riscos à saúde (leia texto nesta página).
O objetivo da pesquisa é estudar os insetos que participam da decomposição de cadávares em ambientes urbanos —por isso os animais foram colocados tão próximos a uma avenida.
Foram injetadas, nos porcos, substâncias encontradas em medicamentos de uso controlado, que em excesso podem levar à morte.
Ao fim do experimento, o resultado nas análises dos insetos poderá ajudar a determinar quando, onde e em quais condições deram-se as mortes.