Dono da OAS fica em silêncio em depoimento
Após ver suspensa a negociação de sua delação premiada, o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, ficou em silêncio durante depoimento à Justiça, ontem.
O empreiteiro, que já foi preso na Operação Lava Jato e responde a quatro ações por corrupção e lavagem de dinheiro, tentava um acordo de colaboração, mas a PGR (Procuradoria-Geral da República) rompeu a negociação após o vazamento de termos da delação.
Ontem, ele foi interrogado como réu de uma ação sobre o pagamento de propina na CPI da Petrobras, em 2014. Ao juiz Sergio Moro, declarou apenas que, “por orientação dos advogados”, iria permanecer em silêncio.
Pinheiro, que ficou cinco meses preso, já foi condenado a 16 anos e 4 meses de prisão, por corrupção ativa e lavagem de dinheiro em obras da Petrobras. Ele re- corre em liberdade.
A ação a que responde Pinheiro e outras oito pessoas diz respeito ao pagamento de vantagens indevidas ao ex-senador Gim Argello (exPTB-DF), que foi vice-presidente da CPI da Petrobras.
Um dos réus, o empreiteiro e delator Ricardo Pessoa, da UTC, admitiu em depoimento ontem que realizou o pagamento de R$ 5 milhões em doações eleitorais para Argello e outros partidos políticos do Distrito Federal, em 2014, para evitar sua convocação na CPI.
Pessoa disse que achou o valor “muito alto”, mas aceitou para “fechar o assunto”. A defesa de Gim Argello, preso pela Lava Jato desde abril, nega as acusações.