Líder da Câmara admite adiar votação contra Cunha
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), admitiu ontem a possibilidade adiar a votação da cassação do mandato de seu antecessor, Eduardo Cunha (PMDBRJ). Conforme tem repetido desde que assumiu o mandato, a votação só ocorrerá se houver quórum.
“Se estiver baixo na segunda, faz na terça, e estiver baixo na terça, vota na quarta. Se também estiver baixo, vota na outra semana, vota outro dia”, afirmou.
Maia convocou a sessão em que o destino de Cunha deve ser decidido para 12 de setembro, uma segunda-feira. Esse é um dos dias da semana em que, historicamente, não há presenças suficientes na Câmara para deliberações importantes. “Se ele conseguir tirar dias 12, 13 e 14 o quórum, eu não voto. E cada um assuma a responsabilidade que vai ter.”
O presidente tem dito que não dará seguimento à análise do tema sem que mais de 400 dos 512 parlamentares tenham registrado presença no painel eletrônico. Para que Cunha perca o mandato, são necessários os votos de, pelo menos, 257 deputados a favor.
Adversários de Cunha, contudo, nem acreditam haver necessidade de aguardar de um quórum tão alto. A votação aberta, acreditam, deve inibir aqueles que, caso o pleito fosse fechado, poderiam votar para livrar o peemedebista.
Além de contar com o esvaziamento do plenário, uma outra estratégia de Cunha e aliados para mantê-lo no cargo por mais tempo é adiar a votação.