Clubes brasileiros são goleados por sorteio!
Vou-me embora, vou-me embora, eu aqui volto mais não, vou morar no infinito e virar constelação... Alô, povão, agora é fé! Com direito a transmissão em TV fechada e até atualização time a time em portais esportivos e redes sociais, foi transmitido ontem o sorteio dos oito grupos da Liga dos Campeões da Europa (“Champions League” é fronhice de colonizado fanático que chama “coroa enxuta” de “milf” e “basquetinho” de “blowjob”).
Lá como cá, também está inchado e tem muita babaiada, e o campeonato começará, à vera, nos mata-matas. Mas deixemos o chaveamento para lá e fiquemos no que é urgente, mas os clubes brasileiros ainda não se deram conta: um simples sorteio causa interesse e repercussão absurdos no (auto)intitulado país do futebol, esse mesmo que, anteontem, teve três jogos (Santa Cruz 0 x 0 Sport, Santos 3 x 1 Vasco e São Paulo 1 x 2 Juventude) para 6 mil pagantes cada: é o armagedon!
O interesse não é mais apenas pelo ídolo compatriota. O brasileiro não quer mais saber só de Neymar; o uruguaio, de Suárez; o argentino, de Messi. A torcida é pelo Barcelona. Pelo Real Madrid. Pelo Bayern de Munique. Pelo Manchester United. Pela Juventus!
Como diria o saudoso Fiori Gigliotti, “o tempo passa, torcida brasileira”. Quando eu tinha 7 anos, a idade do meu filho Basílio, eu tinha lá a minha simpatia por times de outros estados brasileiros. Ontem, vendo a matéria na TV sobre o sorteio que rolaria na Liga dos Campeões, o Basa falou: “Papai, temos quatro times [Atlético de Madrid, Benfica, Borussia Dortmund e Arsenal] no campeonato”.
Significa... E, enquanto as crianças compram camisas europeias, os nossos clubes dormem em berço esplêndido!
Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!