Muita frescura, pouca bola
Virou moda fazer treinos secretos. Uma bobagem. Os grandes times que vi jogar não tinham essa frescura. Mestre Telê Santana no São Paulo, Luxemburgo em seus bons tempos no Palmeiras, e Tite no Corinthians faziam seu trabalho à vista de todos e ganhavam títulos a baciadas. Sempre desconfio quando o “estrategista” da vez começa a esconder o pulo do gato.
Futebol exige padrão, quanto mais se repete a escalação, maior será o entrosamento e melhor o conjunto. Todos os esquadrões que entraram para a história têm uma formação fixa. Sem surpresas mirabolantes.
O São Paulo se fechou em copas para enfrentar o Juventude, time da Série C do Brasileiro, e sofreu derrota vexatória na Copa do Brasil. Imediatamente me lembrei de 1999, quando o Carpegiani, não à toa apelidado de Professor Pardal, fechou completamente o treino do São Paulo antes da semifinal do Paulistão contra o Corinthians. Os jogadores ficaram ali, isolados em sua ilha particular, enquanto os corintianos treinavam cercados por jornalistas, câmeras (em número muito maior do que habitualmente, porque a imprensa concentrou toda a cobertura no Parque São Jorge) e até por torcida e batucada.
No jogo, com o Morumbi lotado, os alvinegros já entraram em clima de decisão, mas os são-paulinos pareciam atordoados com tanto barulho, tanta agitação. Resultado: 4 a 0 para o Timão.
Ricardo Gomes começa mal, copiando o palmeirense Cuca e o corintiano Cristóvão Borges. Os times seguem com altos e baixos numa temporada nivelada por baixo, em que a equipe menos ruim será a campeã. Quem esconde, em geral, é porque não tem muito o que mostrar.