Pedestre tem de correr para atravessar via
Semáforo na avenida mais perigosa de São Paulo, no Grajaú, dá cerca de 20 segundos para fazer travessia
Pedestres têm encontrado dificuldade para atravessar a avenida Senador Teotônio Vilela, na altura do 3.161, no Guajaú (zona sul de SP). O semáforo na via mais perigosa para pedestres na capital, segundo dados do mês passado da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), demora muito tempo para ficar verde e logo fecha de novo.
O semáforo fica em frente a uma escola profissionalizante, onde o fluxo de pessoas é grande. Alunos dizem que precisam se arriscar na via porque o tempo de travessia é muito curto. O semáforo de pedestre fica fechado por quatro minutos. Quando abre, a pessoa tem de 20 a 25 segundos para atravessar as duas mãos da via.
“Praticamente não tem abertura ao pedestre”, diz a estudante de administração Kelly Gordiano, 26 anos, que costuma passar pela via entre as 19h e as 23h. “Temos que atravessar correndo, em grupo”. Kelly diz que o botão para travessia não funciona.
Na última segunda-feira, um jovem atravessou correndo e foi atingido por um carro, segundo o auxiliar de escritório Anderson Queiróz, estudante de contabilidade na escola profissionalizante, que frequenta a área há oito meses. “Não aconteceu nada de grave com o meu colega, mas a via sempre foi assim”.
Kelly diz que já ligou para a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), sob a gestão Fernando Haddad (PT), diversas vezes neste ano, mas o tempo de travessia não é alterado. “Arrumam, mas em menos de dois dias já está dando transtornos de novo. Às vezes, horas depois. Deve ser erro na programação.”
Perigosa
A avenida Senador Teotônio Vilela, com 12 radares, registrou 55 casos de atropelamentos em 2015, que deixaram um saldo de três mortos e 59 feridos.