Reforma não é necessária agora, diz central
O fim das desonerações fiscais pode resolver o problema no caixa da Previdência Social e adiar a necessidade de uma reforma nas regras das aposentadorias do INSS. Essa é a avaliação da UGT (União Geral dos Trabalhadores), em estudo que será apresentado na próxima terça-feira na reunião das centrais sindicais com os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo. No encontro, o governo federal deve apresentar a sua proposta para a reforma da Previdência. A UGT espera apresentar uma nova avaliação sobre a questão, argumentando que as mudanças não precisam ser feitas para quem já está no mercado de trabalho.
O estudo da central sindical aponta que o problema de caixa da Previdência é uma questão fiscal e não uma questão de envelheci- mento da população. O governo prevê um deficit de R$ 148,788 bilhões nas contas da Previdência Social. Por outro lado, a Receita Federal prevê R$ 143,182 bilhões em desonerações de impostos destinados à Seguridade Social neste ano. “A Previdência não pode ser culpada pe- lo desequilíbrio fiscal do governo”, afirma o diretor do Instituto de Altos Estudos da UGT, Roberto Nolasco.
A UGT avalia que o envelhecimento da população ainda levará anos para tornar as contas da Previdência insustentáveis. Para o momento, é necessário rever a desoneração fiscal e avaliar como resolver o deficit nas contas da previdência rural e dos servidores públicos. “Não negamos a necessidade de uma reforma, mas ela pode valer somente para novos trabalhadores”, afirma o presidente da UGT, Ricardo Patah.