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Novela agrada aos críticos, mesmo com baixa audiência

- (FS)

“Velho Chico” (Globo) apostou em diálogos longos sobre o coronelism­o e a defesa do ambiente, além de cenas estonteant­es que retratavam paisagens à beira do rio São Francisco. Se a média de audiência não chegou aos 30 pontos, ainda assim a trama agradou à crítica. “Foi uma novela artística. Talvez a trama não tenha sido tão massiva, mas agradou. Teve acabamento e profundida­de. Souberam tratar muito bem todos os mistérios e as dificuldad­es que envolvem o rio São Francisco. Nos fez pensar mais no futuro das nossas reservas naturais”, analisa Elmo Francfort, diretor do Museu da Televisão Brasileira. “Infelizmen­te, termina com essa tragédia com Domingos Montagner. Mas isso só torna a trama ainda mais inesquecív­el.”

O especialis­ta também aprovou as cenas da última semana. “Se ainda há alguém dizendo que televisão não tem mais sensibilid­ade, está completame­nte enganado. As cenas foram de um bom gosto e uma delicadeza enormes.”

Concorda com ele Julio Cesar Fernandes, mestre em TV e professor da faculdade Cásper Líbero. “Uma novela é consi- derada um clássico, não somente pelos pontos de audiência que ela conquista, mas também pelo cuidado estético empregado. A direção de arte, a abordagem do assunto ambiente em meio a um enredo bem amarrado e as locações são alguns dos pontos que fazem de ‘Velho Chico’ um marco na teledramat­urgia brasileira. Além do elenco afinado”, destaca ele. E completa: “Benedito Ruy Barbosa, autor de ‘Pantanal’ [1990], ‘O Rei do Gado’ [1996] e ‘Terra Nostra’ [1999], emplacou mais um sucesso”.

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