Carteiras têm emissão suspensa
Taxa de desemprego bateu recorde e país tem hoje 12 milhões de trabalhadores em busca de uma vaga
Um total de 2 milhões de trabalhadores perdeu o emprego em um ano, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados ontem.
A Pnad Contínua (Pesquisa Nacional de Domicílio) mostra que, em junho, julho e agosto de 2015, havia 92,1 milhão de pessoas ocupadas no país. Já no mesmo trimestre deste ano, há 90,1 milhões de empregados.
O desemprego no Brasil é recorde, com 12 milhões em busca de uma vaga no mercado de trabalho. Com isso, a taxa chegou a 11,8% em junho, julho e agosto. No trimestre anterior (março, abril e maio), estava em 11,2%. É o maior índice desde 2012, início da pesquisa.
Ao todo, em um ano, 3,2 milhões de pessoas passaram a buscar uma vaga de traba- lho, ou seja, além dos 2 milhões de cortes, 1,2 milhão de profissionais que não queriam —ou não precisavam— trabalhar começaram a procurar uma ocupação.
Na avaliação de Cimar Aze- redo, técnico do IBGE, a crise leva pessoas que estavam paradas a buscar uma vaga para tentar aumentar a renda familiar.
O rendimento também caiu e vem preocupando os especialistas. A renda média, que era de R$ 2.047 em junho, julho e agosto de 2015, está em R$ 2.011 neste trimestre. Em março, abril e maio, era de R$ 2.015.
O Ministério do Trabalho suspendeu temporariamente a emissão de carteiras de trabalho por meio do agendamento on-line. O sistema deverá voltar ao normal em 30 dias, prazo dado para que as falhas sejam resolvidas.
Nesse período, quem precisar da emissão emergencial do documento poderá procurar o Poupatempo ou outro órgão responsável pela emissão, que terá o documento. Ontem, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, mandou emitir 1,5 milhão de carteiras sem necessidade de agendamento pelo site www.trabalho.gov.br. Em São Paulo, estarão disponíveis 145 mil documentos.
Segundo o Ministério do Trabalho, para ter a carteira, é preciso fazer agendamento pelo 158 ou no site.