Sem cortes em gastos, Brasil vai à falência, afirma Temer
Presidente diz que sem aprovar limite de gastos país não vai conseguir pagar as contas em 2024
Incomodado com as críticas ao projeto que fixa um limite para a expansão dos gastos públicos, o presidente Michel Temer disse ontem que, em reforma fiscal, a recessão vai se aprofundar e a dívida do governo chegará a 100% do PIB em 2024, o que levaria o país à falência.
O Brasil, afirmou ele, precisa de uma “vacina contra o populismo fiscal” e “reequilibrar as contas”.
Embora a proposta de teto restrinja o crescimento de gastos também com saúde e educação, Temer afirmou que o projeto não vai prejudicar os mais pobres.
“Haverá maior flexibilidade para utilização das receitas, preservando os recursos para saúde e educação. Quero que ouçam minhas palavras em letras garrafais. Essa é outra coisa que se divulga com impunidade. É uma falsidade que as pessoas acabam acreditando. Quer dizer que o governo atual é tão despropositado que ele só assumiu para acabar com direito dos trabalhadores e saúde e educação. Isso que se alardeia”, disse.
Para o presidente, essa proposta é essencial para proteger os grupos mais vulneráveis. “Pode parecer uma PEC elitizada, mas não é. Se controlar os gastos públicos, há repercussões positivas em todos os senhores”, disse.
O teto, segundo Temer, será estendido aos Estados. E disse não ter dúvidas de que a proposta de emenda parlamentar vai ser aprovada no Congresso.
“O Congresso está muito consciente de que todos juntos precisamos trabalhar para sair dessa crise.”
Falando a uma plateia de empresários e convidados na revista “Exame”, o presidente foi aplaudido quando disse que não temia ser tachado de impopular ao dizer “todas as verdades” sobre as medidas duras de um ajuste.