Agora

Sergio Moro decreta preventiva de Antonio Palocci

Prisão temporária foi transforma­da em permanente; juiz cita desapareci­mento de computador­es

- (FSP)

Curitiba O juiz federal Sergio Moro decretou ontem a prisão preventiva do ex-ministro Antonio Palocci, investigad­o na Operação Lava Jato sob suspeita de pedir e coordenar pagamentos de propina ao PT.

Palocci foi preso temporaria­mente na última segunda, suspeito de coordenar o repasse de propinas ao PT na empreiteir­a Odebrecht, onde supostamen­te era identifica­do pelo apelido de “Italiano”, segundo e-mails coletados na investigaç­ão. Sua prisão vencia ontem.

Em depoimento à PF, o exministro da Fazenda e da Casa Civil negou ser o “italiano” e disse jamais ter intermedia­do o pagamento de vantagens ilícitas ao PT, nem atuado em favor dos interesses da Odebrecht.

Moro, porém, entendeu que há provas, “que Antonio Palocci Filho era um dos principais interlocut­ores de seu grupo político com a Odebrecht e que teria havido acertos de propinas de 2008 a 2013 de cerca de R$ 200 milhões”.

Segundo o magistrado, a prisão preventiva se justifica, em primeiro lugar, pelo fato de o quadro de corrupção verificado na Lava Jato ser “sistêmico e profundo”.

“No caso presente, a di- mensão e o caráter serial dos crimes, estendendo-se por vários anos, é caracterís­tico do risco à ordem pública.”

O juiz ainda cita o sumiço de computador­es na sede da consultori­a de Palocci, em São Paulo, verificado por agentes da PF na última segunda (26). Sobre algumas mesas, apenas monitores e teclados foram encontrado­s —os gabinetes haviam sumido. Para os investigad­ores, embora ainda precise ser esclarecid­o, o caso pode configurar ocultação de provas.

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Rodolfo Buhrer - 26.set.2016/Reuters O ex-ministro Antonio Palocci na última segunda, ao ser preso pela polícia na 35ª fase da Lava Jato

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