Americano ajudou brasileira morta em acidente de trem
Amigos de Fabíola Bittar de Kroon, única vítima da colisão, dizem que ela tinha um coração autêntico
Uma testemunha do acidente com um trem em Hoboken (Nova Jersey) disse ter conversado com a brasileira Fabíola Bittar de Kroon, de 34 anos, momentos antes de ela morrer.
Em entrevista à rede de TV ABC, Rahman Perkins disse que tentou ajudar as pessoas no local do acidente que deixou mais de cem feridos, e confortar a brasileira —única que morreu.
“Eu sabia que ela estava sentindo dor. Eu disse ‘moça, eu não vou deixá-la —se você morrer, não vai morrer sozinha. Estou aqui com você”, contou Perkins.
Natural de Santos (SP), De Kroon deixou boa impressão em quem a conheceu.
Cecília Marques, antiga colega de trabalho, disse que a brasileira era um “coração grande e autêntico”. “Estou sem palavras e sinto como se o mundo tivesse parado por alguns momentos”, contou. Fabíola deixou sua filha na creche anteontem uma hora antes do acidente. “Tivemos uma boa conversa por um minuto”, disse Karlos Magner, dono da creche.
Segundo Maria Sharp, codiretora da creche, a brasileira era uma mãe dedicada, que sempre queria saber sobre sua filha. “Você sempre via um sorriso em seu rosto todas as vezes em que ela vinha buscar a filha. E é isso que continuo vendo”, disse.
De Kroon trabalhava no departamento jurídico da empresa de software SAP, e se mudou para Nova Jersey com o marido no início do ano. Um porta-voz da SAP disse que a empresa está “abalada” com o acidente.
Segundo Dolf Wiener, antigo colega de trabalho de De Kroon, ela estava empolgada com a mudança para os EUA. Ela e o marido eram um casal apaixonado por aventura que havia mudado de país em busca de uma vida melhor, disse.