Musa negra torce por sucessoras
Há 30 anos, a gaúcha Deise Nunes, 48 anos, foi eleita a primeira miss negra da história do país. Magra demais para o padrão da época, ela conta que se esforçou para se enquadrar. “Eu cheguei a tomar remédio para engordar um pouquinho. Na época, as mulheres eram mais curvilíneas”, lembra Deise.
Ela comemora o fato de haver mais representatividade nesta edição, com seis candidatas negras entre as 26 concorrentes, fato inédito na história do concurso. “Eu estou achando isso ótimo, só que demorou até demais para acontecer. Quem sabe não veremos a segunda miss negra brasileira neste ano?”, torce Deise. “O empodera- mento conquistado pelas mulheres negras do Brasil é a razão desse resultado”, opina a miss, que hoje é dona de uma agência de modelos, em Porto Alegre. “Desde 2012, eu trabalho com jovens que desejam entrar para a carreira de modelo. Muitas meninas procuram a agência para se preparar para o concurso de miss também. É uma delícia acompanhar o processo de amadurecimento delas, a evolução de cada uma”, conta Deise, que aproveitou o prêmio em 1986. “Na época, surgiram muito trabalho e muita viagem. Eu conheci quase o Brasil inteiro. É sempre uma ótima oportunidade”, lembra Deise.